Apesar da crise desencadeada com a denúncia de fraude, após a realização de testes que revelaram a existência de um dispositivo que fazia a manipulação de emissões poluentes em veículos produzidos pelo grupo alemão, a Volkswagen manteve o investimento previamente anunciado para a fábrica de Palmela, para instalação da nova plataforma que permitirá a produção de vários tipos de veículos.
Por outro lado, a Volkswagen pretende iniciar a produção de um novo veículo na Autoeuropa, a partir de agosto de 2017, mantendo a aposta na fábrica de Palmela.
Enquanto não arranca a produção do novo modelo, a Autoeuropa vai continuar a produzir os veículos Volkswagen Sharan, Seat Alhambra e Scirocco, mas a empresa admite que poderá haver uma quebra de produção até 19%, face ao número de veículos produzidos o ano passado.
No entanto, o clima de paz social, que sempre tem caraterizado as relações entre a administração e os trabalhadores da Autoeuropa, permitiu, uma vez mais, minimizar o impacto da previsível quebra anunciada para este ano com a implementação de um modelo de gestão adequado ao volume de produção.
Segundo fonte oficial da empresa, o acordo entre a administração e a Comissão de Trabalhadores permitiu reduzir o período de laboração da fábrica, de dois para apenas um turno diário - medida que está a funcionar já este mês - bem como a colocação temporária de cerca de 250 trabalhadores numa outra unidade fabril da Volkswagen, em Osnabruck, na Alemanha.
Com estas medidas, a Autoeuropa manteve todo o efetivo da fábrica de Palmela até ao início de produção do novo modelo, sendo praticamente certo que, nessa altura, a empresa vai precisar de contratar novos trabalhadores.
O momento atual da fábrica de Palmela é considerado como de transição para o crescimento previsto para meados de 2017, com a produção do novo modelo.