Os construtores de automóveis chineses continuam a expandir-se em todo o mundo. Em setembro, as exportações chinesas de veículos elétricos duplicou face ao mesmo mês de 2024. Os dados são da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM).
Segundo a organização setorial, as exportações de veículos de "nova energia" - que incluem automóveis elétricos a bateria e híbridos - aumentaram 100%, para 222.000 unidades, ligeiramente abaixo das 224.000 registadas em agosto.
As vendas domésticas de automóveis de passageiros subiram em setembro 11,2% em termos homólogos, abrandando face à subida de 15% verificada no mês anterior.
A pressão sobre as margens de lucro devido à sobrecapacidade industrial e às guerras de preços tem levado os fabricantes chineses a apostar cada vez mais nos mercados externos, como a Europa e o sudeste asiático. Em 2024, pela primeira vez desde 2014, investiram mais no estrangeiro do que no mercado interno, segundo o grupo de consultadoria norte-americano Rhodium.
A BYD, o maior produtor de veículos elétricos da China, revelou este mês que o Reino Unido se tornou o seu maior mercado fora da China, com um crescimento de 880% nas vendas em setembro, face ao mesmo mês do ano anterior.
Face às tarifas impostas pela União Europeia, Estados Unidos e Canadá sobre veículos elétricos chineses, os fabricantes têm vindo a direcionar investimentos para o Médio Oriente e África.
Na China, os construtores têm tentado travar as guerras de preços que eclodiram devido à intensa concorrência. As vendas internas da BYD caíram 5,5% em setembro, face a igual período de 2024, o primeiro recuo mensal desde fevereiro do ano passado, embora alguns concorrentes continuem a registar aumentos expressivos.
Setembro é tradicionalmente um mês de pico para o setor automóvel chinês, apelidado de "Setembro Dourado", marcado pelo lançamento de novos modelos e campanhas de vendas. Incentivos como subsídios à substituição de veículos antigos por automóveis de nova energia têm impulsionado a procura, apesar de algumas autoridades locais terem suspendido esses apoios nos últimos meses.
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