Os automóveis com motores de combustão interna podem ter os 'dias contados' na Coreia do Sul. O governo do país considera que é essencial reduzir a quantidade destes veículos nas estradas para cumprir os objetivos climáticos.
De acordo com o Chosun Daily, um dos principais jornais sul-coreanos, o ministério do Ambiente daquele país - Kim Sung-hwan - defendeu recentemente num fórum realizado numa fábrica da Kia que há quatro cenários equacionados para esta transição: redução de 48, 53, 61 ou 65 por cento das emissões até 2035, em comparação com os níveis de 2018.
E, para chegar aos patamares de 61 e 65 por cento de redução, será necessário que 35 por cento dos veículos que circulem sejam de emissões zero (elétricos ou a hidrogénio). Neste caso, poderá estar em cima da mesa a necessidade de restringir a venda de automóveis com motores de combustão tal como a União Europeia planeia fazer. Entre 2018 e 2024, a redução das emissões do setor dos transportes foi de apenas 1,3 por cento.
Poucos dias antes, o mesmo ministro já tinha afirmado citado pelo Korea JoongAng Daily: "Pode ser necessário decidir sobre acabar com a produção de motores de combustão interna até 2035 ou 2040".
O mesmo diário coreano reproduziu declarações de Choi Min-ji, presidente do Centro de Inventário e Pesquisa de Gases com Efeitos de Estufa, em que este admitiu que poderá ser necessário operar uma revisão dos regulamentos em linha com a UE: "Precisaríamos que a maioria dos carros novos vendidos fossem de zero emissões nos cenários de redução de 61 e 65 por cento".
A decisão final deverá depender da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) 2035, cujo anúncio é aguardado em novembro.
Ritmo de adoção de carros elétricos aquém do esperado
Apesar da potencial necessidade de diminuir significativamente a quota de motores de combustão para cumprir as metas climáticas, a verdade é que a adoção de veículos elétricos continua aquém do esperado.
No caso coreano, entre janeiro e agosto os modelos elétricos vendidos representaram 13 por cento do total. E nem os incentivos à aquisição fomentaram significativamente a adoção destas motorizações.
Algo que fonte da indústria comentou citada pelo Korea JoongAng Daily: "Se depois de 14 anos de subsídios a quota de mercado de veículos elétricos mal superou os dez por cento, é questionável se as vendas podem subir sete vezes com os subsídios a serem reduzidos".
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