A atual gama de carros da Tesla consiste em quatro modelos (cinco em alguns mercados, com o Cybertruck). No entanto, há alguns anos que não há uma renovação significativa em nenhum deles e a rival Lucid Motors acredita que está a beneficiar.
Numa era de rápido progresso tecnológico, os modelos da Tesla têm vindo a ser atualizados sobretudo ao nível cosmético. E o último totalmente novo foi o polémico Cybertruck - lançado em 2023. E isso está, provavelmente, a ser um dos dados na equação da quebra acentuada de vendas que tem vindo a afetar o fabricante nos últimos meses.
Marc Winteroff, diretor-executivo interino da Lucid Motors, vê os clientes a optarem pela sua marca, considerando que a idade do alinhamento da Tesla é um fator na equação.
O dirigente da start-up de carros elétricos dos Estados Unidos da América disse ao Financial Times: "Vimos um aumento, isso decididamente acontece, na Europa e também nos EUA. O Model S nada mudou em 12 anos. Os clientes estão ativamente à procura de outras opções".
Da sua parte, a Lucid Motors prepara um novo SUV de tamanho médio para 2026, a preços mais acessíveis (em torno dos 50.000 dólares, contra os 94.900 dólares que custa o Gravity). Atualmente, além do Gravity, a oferta inclui um sedã de quatro portas - o Air. Mas há mais novidades 'na calha'.
Parceria com a Uber
Recentemente, a Lucid Motors assinou uma parceria com a Uber, que se tornou no seu segundo maior acionista e comprometeu-se com a aquisição de 20.000 modelos Gravity para a sua frota de robotáxis. O investimento ronda os 300 milhões de dólares e foi anunciado no início de setembro.
Segundo Marc Winterhoff, há dinheiro até à segunda metade do próximo ano, embora reconheça: "Teremos de angariar mais fundos antes de sermos rentáveis ou de atingirmos o ponto de equilíbrio por nós mesmos".
A empresa não tem tido a vida fácil do ponto de vista financeiro, perdendo quantias avultadas por cada carro vendido. O fim dos benefícios fiscais para a aquisição de carros elétricos nos EUA não vem contribuir para a causa. Ainda assim, assegurou o líder da Lucid Motors, nunca contou com esse fator como "caminho para a rentabilidade".
Nesse contexto, a start-up equaciona as possibilidades para conseguir obter lucros a partir do acordo com a Uber, procurando formas de angariar receitas junto de gestores de frota na plataforma e até carregamento por quilómetro - para além de uma possível expansão futura à Europa.
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