A associação dos fabricantes portugueses para a indústria automóvel disse hoje que está "apta para responder aos desafios da mobilidade do futuro", após uma comitiva portuguesa terminar a sua participação numa feira na Alemanha.
À Lusa, o secretário-geral da AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, Adão Ferreira, explicou que apesar de não terem sido assinados acordos durante a IAA Mobility 2025, em Munique, Alemanha, houve reuniões iniciais com potenciais novos clientes e que os clientes atuais -- entre construtores automóveis ou fornecedores de primeira linha -- visitaram os 'stands' das empresas portuguesas.
"As reuniões foram extremamente positivas, havendo grande possibilidade de novos negócios e/ou fortalecimento das parceiras já existentes", disse Adão Ferreira, em resposta escrita.
O responsável apontou que houve várias reuniões com empresas alemãs e de outros países europeus, americanos e asiáticos, tendo defendido que a indústria de componentes em Portugal "está apta para responder aos desafios da mobilidade do futuro", no dia em que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu que os carros do futuro, mais ecológicos, sejam feitos na União Europeia.
"Queremos que o futuro dos automóveis -- e os automóveis do futuro -- sejam feitos na Europa e, por isso, estamos a trabalhar de mãos dadas com a indústria para tornar isto uma realidade", disse Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X do terceiro Diálogo Estratégico com o setor automóvel.
A participação coletiva na IAA Mobility 2025 foi promovida pela AFIA e pela AEP -- Associação Empresarial de Portugal, no âmbito do acordo de colaboração para a promoção internacional da indústria portuguesa de componentes automóveis, tendo contado com sete empresas portuguesas.
A comitiva integrou Allied Motion, Epalfer, Incompol, Maxiplás, Plastifa, Sopais, Trim NW, tendo a Soplast participado com um 'stand' individual.
Segundo a AFIA, a participação teve como objetivo "dar a conhecer as capacidades e competências da indústria portuguesa de componentes automóveis" face aos desafios da mobilidade do futuro, considerando que o saldo "foi bastante positivo".
Em outubro, o acordo entre AFIA e AEP vai levar uma comitiva de empresas portuguesas à AMM Madrid - Automotive Manufacturing Meetings Madrid, em Espanha.
Segundo dados da AFIA, 98% dos modelos automóveis produzidos na Europa têm pelo menos um componente fabricado em Portugal.
O setor automóvel da UE emprega cerca de 13,8 milhões de pessoas (aproximadamente 6,1% da força de trabalho total) e representa cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE.
Em 2022, gerou um valor acrescentado bruto de aproximadamente 237 mil milhões de euros e exportações no valor de 235,6 mil milhões euros, com um excedente comercial de 90,6 mil milhões de euros.
Em termos de produção, foram fabricados 12,1 milhões de veículos em 2023.
De momento, o setor automóvel comunitário enfrenta desafios como a transição para veículos elétricos, o aumento da concorrência internacional (particularmente da China) e o aumento dos custos de produção.
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