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Cor do carro influencia temperatura? As conclusões de um estudo em Lisboa

Um estudo realizado em Lisboa associa as cores dos carros a uma variação nas temperaturas à sua volta - com mais calor associado a automóveis com pinturas escuras e menos refletoras da luz solar.

Cor do carro influencia temperatura? As conclusões de um estudo em Lisboa

© Lena Chert / Shutterstock

Bernardo Matias
28/08/2025 18:01 ‧ há 3 horas por Bernardo Matias

A cor do carro tem impacto na temperatura do ar envolvente. É a conclusão de um estudo do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, que começou por analisar dois automóveis - um branco e um preto - num estacionamento com piso em asfalto.

 

As propriedades térmicas e radiativas dos veículos mudam consoante a cor: quanto mais clara, mais alto é o albedo (o coeficiente de reflexão da luz solar). Ou seja, cores claras refletem mais luz e promovem menos um aumento de temperaturas do que as cores escuras que absorvem boa parte da luz do sol. Também os materiais têm implicações térmicas devido às suas diferentes propriedades.

O trabalho, publicado na revista City and Environment Interactions e acessível na plataforma ScienceDirect, conclui que "à microescala, observações de campo em Lisboa revelam que os veículos escuros podem aumentar as temperaturas do ar perto da superfície em até 3,8ºC comparando com o asfalto adjacente". As variações de temperatura são menores no caso dos automóveis com cores claras.

No entender dos autores, isto vem confirmar "que o albedo da pintura dos veículos, combinado com as finas superfícies metálicas, age em sinergia para modificar os balanços radiativos locais e fluxos de calor sensíveis".

Observam, ainda, que o movimento diário existente em Lisboa, com mais de 700 mil viaturas e a ocupação de estacionamento à superfície significativa no núcleo urbano, "resultam em mudanças diurnas significativas no albedo geral da superfície".

O estudo aponta que é possível que a temperatura "em áreas densamente construídas" e com muita ocupação seja alterada devido aos veículos estacionados - numa cidade de Lisboa que regista o movimento de mais de 700 mil automóveis todos os dias e uma ocupação estacionária de cerca de dez por cento no núcleo urbano.

E pode ler-se que os peões também podem ficar expostos: "Nesses contextos, a cor do veículo tem um impacto térmico pronunciado nas paisagens urbanas, aumentando potencialmente a exposição solar dos peões".

Restrições de estacionamento com base nas cores?

A recomendação é a de que sejam favorecidas cores claras nos automóveis, tendo em conta o menor impacto ambiental: "Do ponto de vista do planeamento urbano, pode ser importante considerar restrições de estacionamento baseadas em zonas sensíveis ao calor, como proibir veículos de cor escura nas áreas mais quentes ou incentivar o uso de revestimentos refletores".

Também é sugerido o uso de materiais de pavimento que sejam muito refletores, bem como a plantação de árvores e até a colocação de vegetação em fachadas, telhados e corredores urbanos, ou a instalação de coberturas em estacionamentos a céu aberto.

Leia Também: Mulher nos EUA diz que o seu carro está a derreter. É possível?

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