Um carro elétrico usado é mais acessível do que um novo, e pode ser a opção de alguns condutores para fazer a transição para a mobilidade sustentável e amiga do ambiente. Saiba o que deve ponderar na hora de procurar um automóvel.
Desde logo, deve estar consciente da grande evolução tecnológica do mundo atual. É fácil que a tecnologia de um carro elétrico fique obsoleta rapidamente, apesar da durabilidade do automóvel em si.
Em termos de benefícios, tal como se comprasse um carro elétrico novo, tem direito a isenção do Imposto Único de Circulação (IUC). No entanto, não tem acesso aos incentivos do Estado à aquisição, por não se tratar de uma nova viatura.
Manutenção e componentes
Um carro elétrico tem menos componentes sujeitos a desgaste do que um carro com motorizações convencionais (não há embraiagem nem caixa de velocidades, por exemplo). Por isso mesmo, é mais simples perceber em que estado de conservação se encontra e é mais durável.
Ainda assim, é necessária manutenção e o ACP - Automóvel Club de Portugal recomenda perceber se foram realizadas nos prazos previstos ou se existiram intervenções não previstas no historial que indiciem potenciais problemas.
Se quiser verificar um carro elétrico usado antes de avançar para a compra, o processo é mais simples ao não existirem tantos componentes sujeitos a desgaste regular como num motor de combustão. E o sistema de bordo de muitos modelos deteta e exibe os problemas por si.
Há sempre possíveis anomalias, tendo em conta que, como qualquer automóvel, tem rodas, pneus, travões, direção, suspensões, eletrónica - sistemas e peças passíveis de sofrerem danos ou avarias.
Autonomia e bateria
Um carro elétrico em segunda mão não tem, necessariamente, a autonomia que consta das especificações. À medida que é usado e os carregamentos são efetuados (sobretudo se for sujeito regularmente a carregamentos rápidos), a capacidade de armazenamento diminui.
Por isso mesmo, deve procurar perceber o estado da bateria, assim como fazer um teste para avaliar a vida útil da mesma. Segundo um recente estudo da consultora de gestão P3 Group, depois de 200 mil quilómetros grande parte dos carros elétricos mantêm as baterias com mais de 80 por cento da capacidade original.
Já a GeoTab concluiu, no ano passado, que em média as baterias de carros elétricos sofrem uma degradação de 1,8 por cento por ano. Assim, em princípio, mantêm a maior parte da autonomia durante cerca de uma década. O ACP recomenda ponderar o negócio se a autonomia for 20 por cento menor face à original.
Quanto ao tipo de bateria, as de níquel-hidreto metálico, de modelos mais antigos, tendem mais a viciar e têm menor capacidade de carga. Por outro lado, garanta que sabe claramente se as baterias do automóvel são próprias ou alugadas para não ter surpresas desagradáveis. E também deve informar-se acerca da garantia da bateria.
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