Mais um capítulo na fase difícil que a Nissan Motor atravessa. O fundo de pensões da Mercedes-Benz vendeu todas as suas ações na empresa por 47,83 mil milhões de ienes (mais de 278 milhões de euros).
De acordo com a agência Reuters, que cita uma fonte por dentro do assunto, as ações foram vendidas a um desconto de 5,98 por cento, por 341,3 ienes cada.
Esta segunda-feira, um porta-voz da Mercedes tinha feito saber que a participação na Nissan já não tinha uma "importância estratégica". O objetivo da venda foi 'limpar' o portfólio.
Consequências nos mercados
O anúncio da venda das ações da Mercedes na Nissan levou à maior descida do valor das ações do fabricante japonês num só dia desde o início de julho.
No fecho desta segunda-feira, a quebra era superior a seis por cento, o que revela o ceticismo por parte dos investidores num período que continua a ser de grandes dificuldades.
Há muito tempo que a Nissan tem lutado com dificuldades financeiras, vendas abaixo das expectativas e, este ano, juntaram-se desafios como as tarifas de Donald Trump. Entre abril e junho, os prejuízos apresentados foram de 677 milhões de euros.
Está em curso uma reestruturação, sob a liderança do diretor-executivo Ivan Espinosa. A capacidade de produção será reduzida em 20 por cento, com a extinção de sete das 17 fábricas globalmente e de 20.000 postos de trabalho. E a sede da empresa em Yokohama está à venda.
Renault também deve vender ações
Para além da Mercedes, é expectável que a Renault venda parte das suas ações na Nissan de 35,7 por cento. Os dois fabricantes, que mantêm uma aliança, anunciaram há alguns meses um acordo para diminuírem a participação mútua mínima de 15 para 10 por cento.
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