"Fórmula 1 em Portugal? Vamos aguardar. É um projeto para 2027..."

O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) assumiu-se hoje "satisfeito com a vontade do Governo em voltar a ter Fórmula 1 em Portugal" e acredita que há "uma janela de oportunidade" para acontecer em 2027.

Mercedes' British driver Lewis Hamilton takes part in the third practice session of the Portuguese Formula One Grand Prix at the Algarve International Circuit in Portimao on May 1, 2021. (Photo by GABRIEL BOUYS / AFP) (Photo by GABRIEL BOUYS/AFP via Getty

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Lusa
15/08/2025 18:16 ‧ há 6 horas por Lusa

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Fórmula 1

O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) assumiu-se hoje "satisfeito com a vontade do Governo em voltar a ter Fórmula 1 em Portugal" e acredita que há "uma janela de oportunidade" para acontecer em 2027.

 

Questionado pela agência Lusa, Ni Amorim reagiu ao anúncio feito pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na quinta-feira de que o Governo assegurou já a realização dos grandes prémios de MotoGP para 2025 e 2026 e que está "tudo pronto para se formalizar o regresso da Formula 1 ao Algarve em automobilismo, em 2027".

"Resta-me ficar satisfeito com a vontade do Governo em voltar a ter Fórmula 1 em Portugal, que já não vem ao nosso país desde 2021", frisou Ni Amorim, em declarações à Lusa.

O líder federativo admite que "é um canal que está aberto". "Portugal é sempre um país candidato. Haverá Grande Prémio desde que o Governo assim o entenda, pois não pode ser a FPAK a decidi-lo", frisou.

O antigo piloto admitiu ter sido contactado pelos responsáveis do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, para uma reunião "a acontecer nos próximos dias".

"Vamos aguardar serenamente. É um projeto para 2027. A Fórmula 1 tem vários países em lista de espera mas poderá haver uma janela de oportunidade", disse.

Segundo explicou o presidente da FPAK, "há uma quota de grandes prémios que têm de ser realizados na Europa".

"É esse o acordo com as equipas. É aí que está a oportunidade para Portugal entrar", sublinhou Ni Amorim.

O presidente da FPAK recorda, no entanto, que "há muitos países em fila de espera" para acolher uma prova de Fórmula 1, pelo que esta candidatura "depende única e exclusivamente do Governo".

"Cá estaremos para assegurar, agentes do desporto, todas as partes operacionais, como já ficou provado em 2020 e 2021", quando Portugal acolheu duas provas do Mundial em plena pandemia de covid-19, no Algarve.

Desde essa altura, o Grande Circo não voltou a Portugal.

"Estaremos à altura das responsabilidades", garantiu o presidente da FPAK.

Já o presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, considera que a possibilidade de a Fórmula 1 regressar a território luso "é uma excelente notícia".

Contudo, Barbosa entende que "devia haver um contrato de pelo menos três anos para ser mais barato". Segundo adiantou à Lusa, o valor anual a pagar ao promotor do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 (a Formula One Management) situa-se "entre os 25 e os 40 milhões de euros".

Já em janeiro, o presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), o saudita Mohammed ben Sulayem, disse à agência Lusa que o calendário do Mundial de Fórmula 1 está cheio, pelo que dificilmente haverá espaço para novas provas.

"Portugal é um excelente local, já tem outros campeonatos, como o de rali-raids. Mas na Fórmula 1 há um número restrito de vagas", frisou o responsável máximo do automobilismo mundial.

O presidente da FIA explicou que no Conselho Mundial, que decide os destinos das competições, há duas preocupações: "Discutimos o lado dos regulamentos e o lado comercial. Tento sempre equilibrar o lado desportivo com o comercial. Penso que a F1 nunca deve deixar a Europa, pois foi na Europa que começou e é ali que ainda está a inovação. Mas isso não impede que vá para outras regiões", disse.

Ben Sulayem sublinhou que "já há muitas viagens no calendário": "Veja o que tantas viagens fazem ao pessoal das equipas. Tenho a responsabilidade de cuidar das minhas equipas. Já há muitas viagens no calendário. Por exemplo, a Alemanha tinha duas provas [de Fórmula 1] e agora não tem nenhuma", disse, na altura, o presidente da FIA.

No entanto, com a perspetiva de alguma das atuais provas em solo europeu sair do calendário, poderá abrir-se a porta à entrada de Portugal.

Atualmente, Itália (Imola e Monza), Mónaco, Espanha, Áustria, Grã-Bretanha, Bélgica, Hungria, Países Baixos e Azerbaijão são os países europeus que integram o calendário de 24 corridas de 2025.

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