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O que podemos esperar do mercado automóvel até final do ano?

Um artigo de opinião assinado por Nuno Castel-Branco, diretor geral do Standvirtual.

O que podemos esperar do mercado automóvel até final do ano?
Notícias ao Minuto

11:29 - 09/08/22 por Nuno Castel-Branco

Auto Mercado

"Os últimos dois anos foram extremamente desafiantes para toda a indústria automóvel. A crise desencadeada pela pandemia provocou diversas transformações no setor e com o retorno à normalidade proporcionado pelas medidas sanitárias e de vacinação, rapidamente deu lugar a novos desafios. A falta de produto, o aumento de preços, mas também a constante aposta nos veículos elétricos são algumas das caraterísticas que influenciaram profundamente as previsões de vendas finais do mercado de novos e usados em 2022.

Nos últimos meses vimos os preços dos carros novos aumentarem devido à escassez de stock de chips, ou semicondutores, o que acabou por levar a um rápido aumento dos preços dos veículos usados também. No que diz respeito aos carros novos, prevê-se terminar o ano com vendas à volta dos 137.000 carros, ligeiramente abaixo daquilo que foram os resultados no ano passado (145.277 carros vendidos). O motivo que contribuiu para tal foi, naturalmente, a grande falta de produto no mercado.

Os carros usados foram particularmente impactados pela escassez de oferta de veículos no mercado. Com -40% de automóveis novos disponíveis os preços dos usados aumentaram entre 20% a 25% ao longo deste ano. Segundo dados obtidos através do panorama mensal do Standvirtual do mês de junho, a procura de carros recentes (até 1 ano) está 20% acima da oferta no mercado. Já nos veículos elétricos usados (premium ou volume), os consumidores continuam a apostar fortemente nesta tipologia, particularmente no último ano.

A contínua escassez de produto impulsionou também a tendência de crescimento dos veículos importados na indústria automóvel. Atualmente, a falta de stock no mercado nacional obrigou os comerciantes do setor a irem comprar carros a outros países, de forma a conseguirem ter uma maior oferta disponível. A importação de automóveis em Portugal aumentou +63% este ano, comparativamente a 2021. Os preços dos carros no cenário atual começam a permitir importar, uma vez que antigamente não era tão apelativo, devido à carga de impostos. No entanto, hoje, com o preço tão elevado dos usados, já faz sentido a compra de veículos no estrangeiro. Espera-se ainda a importação de quase 100.000 carros até ao final do ano, o que é significativo e demonstra a importância que este canal tem vindo a ter no mercado profissional do nosso país.

Esta transformação que temos vindo a observar no setor automóvel torna-se mais evidente quando comparamos este ano com o anterior. A oferta sofre uma diminuição de -26% por todos os fatores que já conhecemos. Por outro lado, a procura tem uma quebra de -15%, o que resulta, ainda assim, numa dinâmica de mercado positiva, de +11%. Prevemos um total de cerca de 700.000 transferências de usados até ao final de 2022, uma diminuição relativamente ao ano passado (cerca de 725.000 transferências de propriedade). Se focarmos apenas em transferências entre comerciantes e consumidor final, estamos a falar de 275.000 transações de carros usados até ao final de 2022.

Embora este valor alusivo às transferências de usados pareça elevado (700.000), é importante sublinhar que o mesmo diz respeito às transações em duplicado. Ou seja, referimo-nos às transferências de propriedade que são realizadas na totalidade entre os comerciantes, desde a aquisição do veículo até este chegar ao consumidor final. O percurso de aquisição de um veículo pelos comerciantes, implica que este possa ser transferido mais do que uma vez quanto à entidade proprietária, e por este motivo aumentar consequentemente o número de transferências. Por isso, este valor não representa necessariamente o número total de vendas, mas sim o número de vezes que um veículo é registado por diferentes proprietários.

Desta forma, é importante referir que a grande novidade do mercado automóvel este ano é a revitalização dos usados, mesmo perante todas as dificuldades, através da importação. Esta está também muito diferente do passado, com carros mais recentes e com uma percentagem de 40% a corresponder a veículos eletrificados. No fundo, a indústria reagiu de forma positiva e os nossos parceiros estão cada vez mais a apostar na importação de carros."

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