Era, provavelmente, o automóvel que fazia falta ao portefólio da BMW, que ainda não tinha nenhuma berlina elétrica. O i4 eDrive40 tem mais autonomia, mas não tem a potência daquele que é o primeiro modelo M totalmente elétrico: o i4 M50.

Com uma bateria com 83,9 kWh de capacidade, o i4 M50 tem dois motores elétricos - um por eixo - para alimentar. O da frente conta com uma potência de 308 cv e o traseiro tem 254 cv, o que no total perfaz 544 cv de potência combinada. Nem as 2,2 toneladas que ostenta fazem deste um carro lento, acredite.

O design é arrojado, mas não faz notar por completo a imagem da 'nova' BMW direcionada para a eletrificação. O destaque vai para o novo duplo rim (fechado) de grandes dimensões, mas quem não estiver informado facilmente confunde este modelo com um BMW equipado com um motor de combustão. Terá sido este o objetivo?

Mesmo quando entramos no habitáculo, o interior não transparece de imediato que estamos na presença de um elétrico. O look desportivo está lá, sem dúvida, mas comparando, por exemplo, o habitáculo deste i4 M50 ao do iX, as diferenças são inúmeras. Este continua a ser um interior mais 'tradicional' BMW, o que nem sequer é uma crítica, atenção. O facto deste ser o primeiro modelo elétrico a sofrer uma 'transformação M' deve ter pesado na intenção de não romper totalmente com a imagem dos desportivos da divisão M da BMW.

Seja como for, é impossível ficar indiferente ao ecrã único que junta o painel de instrumentos de 12,3 polegadas e o sistema multimédia curvo de 14,9 polegadas.

 

Na estrada aquilo que mais me impressionou foi o coice de aceleração que este i4 M50 nos dá, seja qual for a velocidade a que vamos. Tanto faz estarmos a 20 km/h como a 120 km/h, porque sempre que carregar no pedal do lado direito irá sentir uma verdadeira fera a querer soltar-se.

Apesar deste ser um carro com uma altura considerável, a posição de condução é baixa e faz-nos sentir que estamos na presença de um desportivo. A forma como a tração integral trabalha é, de facto, impressionante. O i4 M50 agarra-se de uma maneira ao asfalto que é impossível não gostarmos de o conduzir. A BMW tornou fácil estar ao volante de um automóvel de alta potência. O chassis reforçado e a suspensão pneumática fazem a diferença.

A marca alemã pensou em tudo, até naqueles que são adeptos de elétricos, mas que sentem falta de um pequeno barulho do motor. Para os que gostam de ouvir um 'ronco' ao acelerar, basta colocar o i4 M50 em modo 'Sport'.

Se dependesse de mim, a BMW tinha colocado umas patilhas no volante para ter outro tipo de sensação e também para controlar de uma forma mais eficiente a energia regenerada.

Em suma, acredito que a BMW tenha feito um carro a pensar em vários clientes. Um elétrico com uma potência incrível, perfeito para quem gosta de uma condução mais desportiva, mas ao mesmo tempo um automóvel sustentável, muito confortável e com espaço mais do que suficiente para uma família numerosa - a mala, por exemplo, dispõe de 470 l.

Não nos foi possível atingir a autonomia anunciada pela marca (520 km), mas garantimos que esta chega perto dos 400 km, o que é um número bastante aceitável. Depois, o carregamento não fica atrás com a possibilidade de numa potência de 200 kW recarregarmos dos 10 aos 80% em menos de meia hora. Em casa, numa potência de 11 kW em corrente alternada, demora um pouco mais - cerca de oito horas para carregar totalmente.