Frank Williams deixou-nos este domingo, aos 79 anos, e a Fórmula 1 ficou mais pobre. O criador de uma das mais míticas equipas da modalidade partiu, mas o seu legado será para sempre lembrado, como notou Bernie Ecclestone, antigo patrão da F1, que trabalhou durante largos anos com Frank.
“Sem este tipo de pessoas, duvido que a Fórmula 1 ainda existisse”, começou por dizer Ecclestone à Reuters.
“Provavelmente a Ferrari teria parado e teria acabado. Não há muitos dos veteranos neste momento – aqueles que estavam com as equipas quando começaram. Podia-se comprar um motor e uma caixa de velocidades [naquele tempo]. Não era preciso investir milhares de milhões e ter 1.000 pessoas a trabalhar para si. Frank era especial como pessoa e isso notou-se na forma como ele continuava o trabalho. Ele nunca se queixava, prosseguiu com as coisas da melhor maneira que pôde, e essa é a razão do seu sucesso. Ele foi um piloto de corridas. Ele estava sempre um passo à frente. Ele já conhecia camisolas de caxemira quando eu nunca tinha ouvido falar de caxemira. Era o Frank”, contou ainda Ecclestone.
"Ele dizia-me ‘Podias emprestar-me 2.500 euros, que pago-te em 10 dias’. E eu dizia-lhe que sim, e tão certo como tudo, o Frank voltava 10 dias depois com 2.500 euros. Se houvesse alguém a quem confiava a minha vida, esse alguém era o Frank", acrescentou.
Sobre o grave acidente, que o deixou para sempre agarrado à cadeira de rodas, Ecclestone admite que Frank Williams foi um verdadeiro lutador.
"Perguntei ao Sid Watkins [Médico da F1] se ele iria sobreviver e ele disse 'acho que não’. E o Sid realmente dominava a ciência. Como sempre, o Frank provou que todos estavam errados. Já não se fazem pessoas como o Frank”, finalizou Ecclestone.