O fabricante automóvel italiano explicou em comunicado que a pandemia da covid-19 afetou os resultados do primeiro trimestre deste ano, advertindo, contudo, que "o impacto far-se-á sentir mais no segundo trimestre", altura em que o construtor espera ter "uma queda drástica" nas receitas em termos homólogos.

A Ferrari viu-se obrigada em 14 de março a suspender a produção das suas fábricas italianas em Módena e Maranello, na região nortenha de Emilia Romagna, tendo-a mantido parada até hoje, dia em que retomou atividade usando protocolos muito apertados de segurança para defender a saúde dos trabalhadores.

Nos primeiros três meses deste ano, a Ferrari teve um resultado de exploração bruto (EBITDA)) de 317 milhões de euros, mais 2% que os 311 milhões de euros contabilizados no mesmo trimestre de 2019, enquanto o resultado de exploração líquido (EBIT) recuou 5% para 220 milhões de euros.

As receitas líquidas, no período em análise, somaram 932 milhões de euros, uma queda de 1% face aos 940 milhões de euros observados no mesmo trimestre do ano passado.

As vendas nos primeiros três meses do ano ascenderam a 2.738 automóveis, isto é, mais 4,9% em termos homólogos.

A dívida líquida da Ferrari em 31 de março era de 401 milhões de euros, contra 337 milhões de euros no final de dezembro do ano passado.

Nos primeiros três meses do ano passado, a Ferrari realizou uma operação de recompra de ações próprias no valor de 130 milhões de euros.

Até março, a Ferrari dispunha de uma liquidez total disponível no montante de 1.230 milhões d euros, mas em abril subscreveu uma linha de crédito de 350 milhões de euros, com uma duração entre 18 e 24 meses.

A crise provocada pelo novo coronavírus penalizou fortemente as empresas italianas e também a Ferrari, que optou por reduzir as suas previsões para 2020, sendo que agora estima que as receitas se situarão entre 3.400 milhões e 3.600 milhões de euros, contra 4.100 milhões de euros inicialmente avançados.

A Ferrari lamenta que o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 tenha sido interrompido, o que afetou as suas receitas comerciais e patrocínios.

O EBITDA ajustado deverá agora situar-se no final deste ano entre 1.050 milhões e 1.200 milhões de euros, que compara com 1.380 milhões e 1.430 milhões de euros inicialmente previstos.

Já o EBIT ajustado estimado pela Ferrari para 2020 ficará entre 600 milhões e 800 milhões de euros, que compara com os 950 milhões a 1.000 milhões de euros anteriormente previstos.

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