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O Ministério dos Negócios Estrangeiros holandês revelou hoje que lançou um 'site' de angariação de dez milhões de euros para apoiar unidades de saúde que fazem abortos em países em desenvolvimento.
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A decisão surge dias depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter restaurado a proibição de financiamento público a grupos internacionais que realizam abortos.
Essa disposição legal tem estado no centro de uma espécie de 'ping-pong' político desde 1984, tendo sido sucessivamente imposta pelos Governos republicanos e revogada pelos democratas.
No site 'She Decides', o governo da Holanda afirma: "Não podemos desiludir as mulheres e as raparigas. Elas devem ter o direito de decidir se querem ter filhos, quando querem ter filhos e com quem querem ter filhos".
De acordo com o governo holandês, a decisão de Donald Trump deixa um vazio de 600 milhões de euros de apoio financeiro que é preciso colmatar com donativos de cidadãos anónimos, de empresas, organizações ou outras entidades governamentais.
O governo canadiano já fez saber que pretende contribuir financeiramente para este fundo.
De acordo com a associação Marie Stopes, a proibição de financiamento nos Estados Unidos vai resultar no aparecimento de cerca de 6,5 milhões de gravidezes indesejadas e 2,2 milhões de abortos sem condições.
Trump assinou o diploma um dia após o aniversário, a 22 de janeiro, da decisão de 1973 do Supremo Tribunal Roe vs. Wade, que legalizou o aborto nos Estados Unidos - a data em que habitualmente os presidentes norte-americanos decidem sobre esta matéria.
A legislação também proíbe financiamento com o dinheiro dos contribuintes para grupos de pressão que pretendem legalizar o aborto ou promovê-lo como método de planeamento familiar.