Autoridades chinesas detêm uigures por causa da barba ou por usarem véu

Documento divulgado mostra os critérios a que o governo chinês recorre para deter centenas de milhares de uigures em campos.

© Reuters

Mundo Uigures 17/02/20 POR Notícias Ao Minuto

A BBC teve acesso a um documento de 137 páginas que detalha informação pessoal de mais de três mil muçulmanos da região de Xinjiang, na China, a maioria uigures. A informação recolhida e analisada pelas autoridades chinesas incide em aspetos íntimos do dia-a-dia destas pessoas, incluindo a forma como as pessoas oram, como se vestem, como se relacionam ou como os seus familiares se comportam.

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Este documento permite perceber os critérios utilizados pelas autoridades chinesas para deterem uigures, critérios esses que podem ir do uso de barba e de véu, a pesquisas feitas na internet.

A BBC falou com um dos principais especialistas mundiais sobre as políticas que Pequim tem implementado em Xinjiang, Adrian Zenz, que afirmou acreditar que o documento é genuíno.

“Este documento notável apresenta as provas mais fortes que vi até hoje de que Pequim está ativamente a perseguir e a punir práticas normais de crenças religiosas tradicionais”, sublinhou Zenz.

O documento contém detalhes da investigação a 311 pessoas, que suscitam maior interesse às autoridades chinesas. Na coluna final da análise feita a detalhes pessoais desse grupo, escrevem-se os vereditos que determinam que indivíduos devem permanecer detidos ou ser libertados dos campos de internamento, mas também que pessoas anteriormente libertadas devem regressar a esses campos.

Num dos casos, uma mulher de 38 anos foi enviada para um destes campos por ter usado véu há alguns anos. Outras pessoas foram detidas por terem barba ou por terem pedido passaporte, a prova de que a intenção de viajar para o estrangeiro é considerada um sinal de radicalização em Xinjiang por parte do governo chinês.

Outro dos caso que se destaca é o de Nurmemet, de 28 anos, que foi colocado num campo por “clicar num link da internet que o levou sem intenção para um site estrangeiro.

A China tem refutado as acusações de que está a perseguir a minoria étnica uigur, argumentando que está a combater o terrorismo e o extremismo religioso. Pequim também afirmou que os campos de internamento são na realidade escolas, uma tese contrariada por este documento agora divulgado.

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