Legião de Cristo terá tentado pagar a jovem para abafar abusos de padre

Vladimir Resendiz Gutierrez acabou por ser condenado a seis anos e meio de prisão mas está em parte incerta.

© iStock

Mundo Abuso sexual 17/02/20 POR Notícias Ao Minuto

De há vários anos para cá que o Vaticano tem feito um esforço para tentar limpar a imagem da Igreja dos abusos sexuais perpetrados, um pouco por todo o mundo, por vários padres, sacerdotes e até cardeais.

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A ultra-conservadora Legião de Cristo é a ordem religiosas mais atingida pelas denúncias e até foi alvo, por parte do Papa Bento XIV, de uma reforma para que não fosse exterminada. Contudo, as polémicas relacionadas com a Legião de Cristo continuam a dar que falar.

Depois da condenação à revelia do padre Vladimir Resendiz Gutierrez, de 43 anos, no início de janeiro deste ano, por ter abusado sexualmente de duas crianças no seminário da congregação em Gozzano, na fronteira entre Itália e Suíça, a 12 de março realiza-se mais audiência relacionada com este caso.

De acordo com a Associated Press (AP), quatro padres e um advogado da Legião de Cristo vão ser julgados depois de tentarem fazer um acordo com a família de um dos jovens abusados por Vladimir Resendiz Gutierrez. Em troca de 15 mil euros, o menor tinha de desmentir o que já tinha dito aos procuradores do Ministério Público, de que tinha sido violado, repetidamente, quando tinha apenas 12 anos.

Isto em outubro de 2013, depois de o Vaticano já ter iniciado a ‘limpeza’ da Legião de Cristo.

Segundo Yolanda Martinez, a mãe contactada pela Legião de Cristo com o objetivo de abafar os abusos sexuais que o filho sofreu às mãos do padre, esta foi uma “segunda violação”.

“Foi uma segunda violação porque, para todos os efeitos, eles pediram para o meu filho negar os factos. E para nós isso foi uma facada nas costas, ainda por cima porque quem nos deu o acordo foi o nosso ‘pai espiritual’. Ele sabia tudo sobre nós. O meu marido confiava nele. E isso tornou tudo ainda mais doloroso”, revelou Yolanda em entrevista à AP.

Yolanda ainda ligou para o cardeal Velasio de Paolis, a quem o papa emérito Bento XVI tinha atribuído a missão de “purificar” e “renovar” a Legião de Cristo, e que entretanto já morreu, mas este riu-se da situação.

“Os advogados complicam as coisas. Até as Escrituras dizem que os cidadãos devem saber chegar a acordo. São assim que as coisas em Itália são feitas”, terá dito o cardeal à mãe desesperada.

Enquanto este segundo julgamento não acontece, o padre Vladimir Resendiz Gutierrez - que está em parte incerta mas acredita-se que viva no México de onde é natural -, tem até ao final do mês de março para recorrer da sentença de seis anos e meio de prisão efetiva.

Ainda segundo a AP, a Igreja já sabia que Vladimir Resendiz Gutierrez constituía perigo. Em 1994, quando ainda estava no seminário, foi descrito no relatório de final de curso como um “jovem com fortes impulsos sexuais e com pouca capacidade para os controlar”.

Apesar disso, foi ordenado padre e colocado no seminário juvenil de Gozzano, onde acabou por violar pelo menos dois menores.

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