Prémio a Handke com elogios na Sérvia e críticas na Bósnia e no Kosovo

A entrega hoje do Prémio Nobel da Literatura 2019 ao austríaco Peter Handke gerou elogios na Sérvia e críticas na Bósnia e no Kosovo, onde é lembrado pela defesa que fez do Presidente sérvio Slobodan Milosevic, acusado de genocídio.

© Facebook/ Peter Handke

Cultura Nobel da Literatura 10/10/19 POR Lusa

O ministro da Cultura sérvio, Vladan Vukosavljevic, declarou que Handke merecia o prémio há muito tempo e lembrou o seu apoio ao "povo sérvio" em tempos difíceis e apesar das muitas críticas.

PUB

"A sua obra literária marcou globalmente o final do século XX e o começo do vigésimo primeiro. O Prémio Nobel (...) devia ter-lhe sido atribuído há muito tempo, mas a política misturou-se pelo meio. O prémio chega relativamente tarde, mas é absolutamente merecido", disse Vukosavljevic.

O ministro descreveu como uma grande vergonha para a cultura francesa e para o público europeu que a Comédia Francesa retirasse da sua programação, em 2006, obras de Handke devido à sua posição política.

Handke causou polémica internacional nos anos 90, quando defendeu a Sérvia durante a guerra nos Balcãs, bem como o seu líder autoritário, Milosevic.

O escritor participou das honras funerárias a Milosevic, que morreu em 2006 nos calabouços do Tribunal Penal Internacional, em Haia, quando estava a ser julgado por crimes de guerra.

Na Sérvia, Handke recebeu diferentes prémios, como o de Literatura Milovan Vidakovic, a Cidadania de Belgrado ou a Medalha de Ouro por grandes méritos em atividades públicas e culturais.

Ao contrário da Sérvia, a posição de Handke gera uma grande rejeição no Kosovo e em grande parte da Bósnia.

Sefik Dzaferovic, um membro muçulmano da Presidência tripartida da Bósnia, considerou escandalosa e vergonhosa a decisão de recompensar Handke, que justificava crimes de guerra na Bósnia, segundo o portal Klix.

"É vergonhoso que o Comité Nobel ignore facilmente o facto de que Handke justificou e defendeu Slobodan Milosevic e os seus executores Radovan Karadzic e Ratko Mladic, que foram condenados pelos crimes de guerra mais graves, incluindo genocídio", disse Dzaferovic.

O escritor norte-americano de origem bósnia Aleksandar Hemon classificou o escritor austríaco desta forma: "Peter Handke é o Bob Dylan dos negacionistas do genocídio".

Já o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Kosovo Petrit Selimi perguntou à Academia Sueca se o discurso do escritor hoje premiado no funeral de Milosevic "era parte da obra pela qual merecia o Nobel".

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

lifestyle Emagrecimento Há 19 Horas

Nutricionista indica cinco motivos (simples) para não conseguir emagrecer

lifestyle Signos Há 21 Horas

Três signos que adoram a sua independência

lifestyle Signos Há 13 Horas

Está na lista dos cinco signos mais bondosos do zodíaco?

pais Euromilhões Há 15 Horas

Euromilhões 'engorda' sem totalistas, mas vem um 3.º prémio para cá

mundo Rússia Há 21 Horas

Após ser ajudado, gato vadio vai todos os anos (sozinho) ao veterinário

mundo Espanha Há 12 Horas

Importavam azeite de Portugal e vendiam-no com rotulagem falsa em Espanha

pais Euromilhões Há 16 Horas

Será que os 133 milhões são seus? Eis a chave vencedora do Euromilhões

mundo Ucrânia Há 17 Horas

Rússia reclama conquista de várias localidades e aponta 500 mil mortos

lifestyle Receitas Há 20 Horas

Com dois ingredientes faz uma sobremesa de 'comer e chorar por mais'

lifestyle Alimentação Há 20 Horas

A fruta de verão que pode deixar a pele mais jovem