© Filipe Pinto / Global Imagens
Adolfo Mesquita Nunes demitiu-se da função de vice-presidente do CDS numa carta enviada, este fim de semana, a Assunção Cristas.
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A notícia é avançada, esta segunda-feira, pelo semanário Expresso e já foi confirmada pelo Notícias ao Minuto junto de fonte oficial do partido.
Esta saída da direção do CDS não é propriamente uma novidade, pois Mesquita Nunes havia recebido e aceitado o convite endereçado por Paula Amorim para ser administrador não-executivo da Galp.
E já em 2016, quando aceitou o desafio de Assunção Cristas, tinha deixado claro que a sua opção de futuro seria a sua carreira profissional, em detrimento da sua atividade política.
Esta opção é agora tomada, mas apenas em parte, pois Mesquita Nunes vai continuar a coordenar o grupo Portugal com Futuro - que irá apresentar uma proposta de programa eleitoral à líder centrista - bem como continuará a ser o vereador do partido da Câmara Municipal da Covilhã até 2021.
Na missiva em que oficializou o seu pedido de demissão, Mesquita Nunes explicou que a nova função na Galp vai roubar-lhe tempo que considera necessário para melhor desempenhar o cargo de vice-presidente do CDS, em especial numa altura em que se aproximam as eleições - europeias e legislativas.
Esta atitude, garante o centrista, é o "reflexo" daquela que "sempre" foi a sua "forma de estar na política".
Face a esta decisão, Assunção Cristas disse ao Expresso que lamenta a saída do seu 'vice', dizendo também que a compreende. "É uma perda, no sentido em que o Adolfo é ótimo e deixa de ser vice-presidente, mas seria mais preocupante se ele não pudesse preparar o programa eleitoral, que é o trabalho mais relevante que ele está a fazer do ponto de vista partidário”, explicou a líder centrista também em declarações ao Expresso.
A decisão de aceitar o convite para ser administrador não-executivo da Galp foi alvo de críticas. Também neste último fim de semana, um artigo de opinião publicado no jornal Público descrevia a escolha de Mesquita Nunes como uma forma de "fazer parte de um dos grupos mais perniciosos do regime português: o dos ex-políticos transformados em lobistas ao serviço de interesses privados, aproveitando (e alimentando) o terrível sistema de portas giratórias entre a política e os negócios que há décadas impede Portugal de ser um país mais justo, exigente e meritocrático".
Mesquita Nunes, recorde-se, chegou à direção do CDS pela 'mão' de Assunção Cristas, quando esta sucedeu a Paulo Portas na liderança do partido.
Antes havia sido secretário de Estado do Turismo entre 2013 e 2015 (XIX Governo Constitucional), chefe do gabinete do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território (XVI Governo Constitucional), adjunto da secretária de Estado da Segurança Social (XV Governo Constitucional) e assessor de vereador da Câmara Municipal de Lisboa.