"Isto é muito importante para a Europa e pode mudar a paisagem tecnológica em cinco ou dez anos", afirmou Jesus Villasante, sublinhando que, através da Fiware, uma aplicação desenvolvida no espaço europeu pode funcionar "da mesma forma em Coimbra ou em Helsínquia".

A plataforma tecnológica Fiware - uma espécie de nuvem, onde estão disponíveis serviços e aplicações no mesmo formato - permite a criação de serviços e aplicações "web" para todo o mercado europeu a baixo custo.

Segundo Villasante, já há mil 'start-up' a desenvolver aplicações e serviços usando a plataforma Fiware e, destas mil, 150 estão a desenvolver tecnologia para a área das cidades inteligentes.

"É uma plataforma aberta, que toda a gente na Europa pode usar" e que permite criar "um movimento europeu", que potencia a cooperação, bem como a "orientação das aceleradoras", explanou.

Para o chefe da Unidade de Inovação da Direção-Geral das Redes de Comunicação, Conteúdos e Tecnologia da Comissão Europeia, as cidades têm de estar atentas e garantir um "ecossistema de inovação", que passa pelo uso da Fiware, bem como pela abertura de bases de dados locais para serem usadas nas aplicações a desenvolver.

Num momento em que as cidades competem para atrair "gente nova e criativa", é fundamental estas assumirem-se como "cidades inteligentes" para garantirem que "estarão vivas no futuro", vincou Villasante, que falava na sessão de abertura do segundo dia do evento "fi@Coimbra", realizado no Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, e que procura dar a conhecer 54 'start-up' europeias que estão a desenvolver produtos recorrendo à plataforma Fiware.

A plataforma é potenciada através do programa SOUL-FI (Startups Optimizing Life with Future Internet), liderado pelo Instituto Pedro Nunes, que apoia projetos, ideias e produtos europeus que melhorem a qualidade de vida urbana, a mobilidade, o turismo e a eficiência de recursos, usando a plataforma Fiware.

O consórcio, com o envolvimento de vários países e com financiamento proveniente da Comissão Europeia, apoia um total de 16 programas com 80 milhões de euros, vocacionados para empresas, 'start-up' e empreendedores ligados às tecnologias da informação.

De acordo com o coordenador executivo do SOUL-FI, Nuno Varandas, o programa permitiu um financiamento superior a 1,2 milhões de euros para 23 empresas portuguesas, 600 mil euros dos quais para a Região Centro.

Nuno Varandas mostrou ainda vontade de que Coimbra seja uma cidade ligada à Fiware e ao programa de cidades inteligentes, onde estão presentes Porto, Lisboa, Fundão, Palmela, Penela e Águeda.

"Seria importante [a adesão de Coimbra]", salientou, considerando que tal "acontecerá".

Ao todo, 120 empresas europeias já beneficiaram do SOUL-FI.