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Pessoas com necessidades especiais sem acesso à internet

Apenas quatro, entre as mil maiores empresas portuguesas, cumprem os requisitos mínimos em matéria de acessibilidade 'web' para pessoas com necessidades especiais, segundo um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que é hoje apresentado.

Pessoas com necessidades especiais sem acesso à internet
Notícias ao Minuto

18:15 - 27/11/14 por Lusa

Tech Empresas

O estudo dá pelo nome de "Acessibilidade Web -- Ponto de situação nas empresas portuguesas 2014" e é divulgado hoje no âmbito do Fórum Acessibilidade Web 2014, que decorre em Lisboa, organizado pela Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade de Informação (apdsi).

Em declarações à agência Lusa, o responsável pelo estudo, p professor associado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) Ramiro Gonçalves explicou que a equipa de investigação de que faz parte se tem debruçado, desde 2007, sobre a questão das acessibilidades 'web'.

Segundo Ramiro Gonçalves, o estudo hoje apresentado é o maior alguma vez feito pela equipa de investigação, que inclui outros três investigadores e bolseiros da UTAD, e traz dados para o ano de 2014 sobre as mil maiores empresas portuguesas, excetuando a banca.

"Foi possível avaliar 790 'sites' das mil maiores empresas portuguesas e os resultados globais não são muito bons. Só temos quatro empresas em Portugal que cumprem as normas de acessibilidade", revelou o investigador.

Ramiro Gonçalves adiantou que foram examinados 2.166.448 elementos, entendendo-se como elementos todo o conteúdo das várias páginas, entre imagens, vídeos ou tabelas, as quais foram testadas para perceber se cumpriam ou não as normas de acessibilidade.

"Basta que uma imagem não tenha etiqueta a descrever essa imagem, e um invisual nunca vai poder ler o descritivo da imagem", exemplificou.

O investigador apontou que o fórum vai servir exatamente para debater a temática da acessibilidade 'web', tentando aferir se as páginas 'on-line' das empresas nacionais cumprem ou não as normas e permitem que as pessoas com qualquer necessidade especial ou deficiência consigam interagir com esses mesmos 'sites'.

Segundo Ramiro Gonçalves, as conclusões dos vários estudos feitos, praticamente todos os anos, desde 2007, "são sempre não muito boas", com as empresas portuguesas a não cumprirem grande parte das normas internacionais.

Às empresas nacionais, o investigador disse que a preocupação tem sido a de tentar fazer chegar a mensagem de que, além de uma questão de igualdade de oportunidades, a acessibilidade é também uma questão de cariz económico.

"Se eu tiver sítios 'web' que não são acessíveis, há uma quantidade muito grande de pessoas - e em Portugal estima-se que haja um milhão de pessoas com uma qualquer deficiência, portanto 10% da população - que não vão poder interagir com as plataformas na 'web'", apontou.

Ramiro Gonçalves lembrou que esta é uma questão que se aplica não só às pessoas com uma qualquer deficiência, mas também às pessoas idosas que, fruto da idade, terão, elas próprias, uma necessidade especial e, por isso, dificuldade em interagir com a internet.

Segundo o investigador, e com base nos vários estudos feitos ao longo dos últimos anos, a perceção é a de "que há uma ligeira melhoria dos resultados", mas apontou que Portugal continua "ainda muito longe" dos 'sites' das empresas a nível mundial.

O problema, adiantou, está na pouca sensibilidade das empresas nacionais para este tema, explicando que está em causa "um conjunto de funcionalidades e de questões técnicas, absolutamente fáceis de ultrapassar".

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