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Adriano Moreira: Um "senador" da política e da direita portuguesas que completa hoje 90 anos

Adriano Moreira, que completa hoje 90 anos, diz em entrevista à Lusa que a sua vida "foi a escola" e a política apenas "uma obrigação cívica", que o fez ser ministro do Ultramar, liderar o CDS e passar 14 anos no Parlamento.

Adriano Moreira: Um "senador" da política e da direita portuguesas que completa hoje 90 anos
Notícias ao Minuto

08:12 - 06/09/12 por Lusa

Política Aniversário

Nascido a 6 de Setembro de 1922 em Grijó, Macedo de Cavaleiros, Adriano Moreira licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e doutorou-se pela Universidad Complutense de Madrid e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).

Foi ministro do Ultramar de 1961 a 1963, no Estado Novo de Salazar, que o chamou, segundo diz hoje o próprio Adriano Moreira, para "pôr em prática" aquilo que ensinava nas suas aulas, ou seja, um conjunto de reformas para os então territórios ultramarinos quando estalaram as primeiras revoltas em Angola contra a colonização portuguesa.

"Eu tinha ido a África na década de 50 pela primeira vez a pedido do ministro do Ultramar. Eu dava aulas de direito e ele queria fazer a reforma prisional. E eu fui. E tive o que eu chamo a minha primeira queda no mundo. Porque cheguei à conclusão de que a realidade não correspondia àquilo que eu próprio ensinava. E aqui começou a ideia de que o que era necessário era uma escola de ciências sociais porque o mundo que vinha aí exigia não uma formação profissional de administradores coloniais, mas uma escola de ciências sociais que soubesse lidar com as diferenças culturais dos povos e as condições do encontro, muitas vezes conflituoso", conta.

A segunda "queda no mundo" foi nas Nações Unidas, também na década de 1950, quando integrou uma missão portuguesa: "Aí pude ouvir pela primeira vez em liberdade as vozes dos povos que eram tratados como mudos ou como dispensáveis. E isso mais avivou a minha ideia de que tínhamos de transformar completamente o ensino".

À frente do Ministério do Ultramar fez uma série de reformas, sendo a mais simbólica a revogação do Estatuto do Indigenato.

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