Cavaco pede compromisso patriótico entre PS, PSD e CDS
O Presidente da República, Cavaco Silva, disse esta noite aos portugueses que a melhor solução para a crise política passa por um compromisso de salvação nacional que vincule os três partidos que assinaram o memorando da troika.
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Política Belém
Um compromisso patriótico e de salvação nacional que envolva o PSD, o CDS mas também o PS, é a solução proposta pelo Presidente da República para a crise política que explodiu na semana passada.
Cavaco Silva, defendeu hoje, numa comunicação ao País, que a realização imediata de eleições legislativas antecipadas seria algo de "extremamente negativo para o interesse nacional". Para o chefe de Estado, as legislativas não deveriam ser realizadas enquanto estivéssemos sob resgate externo.
“Irei contactar de imediato os responsáveis dos partidos que subscreveram o memorando de entendimento para analisarmos a solução que proponho”, adiantou o Presidente, sublinhando que esse acordo terá o seu "firme apoio", acrescentando que o acordo "poderá ser alcançado com alguma celeridade, podendo recorrer-se a uma personalidade de reconhecido prestígio que promova e facilite o diálogo".
O primeiro objectivo do eventual compromisso entre os três partidos, sugerido por Cavaco, seria o de estabelecer "o calendário mais adequado para a realização de eleições antecipadas", mas nunca antes de Junho de 2014, data em que termina a intervenção da troika no País.
Em segundo lugar, continuou o chefe de Estado, “o compromisso de salvação nacional deve envolver os três partidos que subscreveram o memorando de entendimento, garantindo o apoio à tomada das medidas necessárias para que Portugal possa regressar aos mercados logo no início de 2014 e para que se complete com sucesso o programa de ajustamento".
Por último, Cavaco sublinhou a importância de o acordo garantir, desde “já, que o Governo que resulte das próximas eleições possa contar com um compromisso entre os três partidos que assegure a governabilidade do País, a sustentabilidade da dívida pública, o controlo das contas externas, a melhoria da competitividade da nossa economia e a criação de emprego".
O Presidente da República lembrou também que não pode ser o próprio a "impor o acordo aos partidos", terá de haver "adesão voluntária, firme e responsável" das forças políticas envolvidas.
"Os portugueses têm o direito de exigir que os agentes políticos estejam à altura dos acontecimentos", e, se assim não acontecer, Cavaco desafia os eleitores a tirarem as suas próprias "ilações".
Por outro lado, Cavaco manifestou-se esperançoso face ao "espírito patriótico dos partidos" para chegarem a acordo, mas lembrou que à falta de compromisso, existem alternativas garantidas pela Constituição. Aliás, uma das poucas referências ao Governo no discurso do Presidente da República foi apenas o reforço de que o actual Executivo “tem a plenitude de funções”.
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