"Perplexo com a inexplicável garotice e irresponsabilidade que rodeia este processo". Este é o estado de espírito manifestado pelo antigo autarca de Cascais e ex-ministro, António Capucho, face aos acontecimentos que têm marcado a política nacional nos últimos dias.
Capucho entende que “a escolha de Maria Luís Albuquerque foi provocatória”, acrescentando que foi uma “precipitação escolhê-la” para substituir Vítor Gaspar à frente do Ministério das Finanças.
Aliás, o antigo ministro não tem dúvidas quanto à solução para o impasse governativo. “O ideal seria o Presidente da República avançar com um Governo de iniciativa presidencial”, sugerindo ainda, em entrevista ao jornal i, que Cavaco Silva devia “pôr os meninos de castigo no Parlamento”.
“Portas andou a fugir com o dito cujo à seringa porque não quis o ónus de ser ele a propor medidas impopulares”, comenta ainda o ex-autarca, assinalando que “há atitudes que revelam afloramentos de colocar interesses pessoais à frente dos interesses do País”.
Na opinião de Capucho, “se houver eleições, Passos Coelho tem obrigação de se demitir e convocar um congresso extraordinário”, sublinhando ainda a necessidade de ter de se “explicar à troika que tem de se meter menos no detalhe da governação”.