"Queda do Governo resultaria não num drama mas num terror social"
O antigo presidente executivo do BCP, Paulo Teixeira Pinto, considera, em entrevista à Rádio Renascença, que “a simples situação de o Governo cair com o programa por cumprir", culminaria não num "drama", mas num "terror social". Paulo Teixeira Pinto defende ainda que o Presidente da Republica “está consciente do que implica uma crise política”, e, por isso, quer evitá-la a todo o custo, mesmo que tal implique a limitação da sua acção.
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Política Paulo Teixeira Pinto
No programa Terça à Noite da Rádio Renascença (RR), Paulo Teixeira Pinto afirmou que “a simples situação de o Governo cair com o programa por cumprir, tranches para pagamento que, certamente, podiam ser canceladas”, correndo assim o risco de “chegar à situação de bancarrota ou de não haver dinheiro para pagar aos funcionários do Estado”, resultaria “não num drama mas num terror social".
O antigo presidente do conselho de administração executivo do BCP, entre 2005 e 2007, defende por isso que o Presidente da República estará “seguramente consciente do que implica uma crise política”, porque, “embora ninguém saiba identificar todos os efeitos de tal evento”, Cavaco Silva tudo fará para evitá-lo.
Nesta entrevista, Paulo Teixeira Pinto sublinha também que “qualquer que tivesse sido o resultado das [últimas] eleições [legislativas], o Governo daí resultante teria obrigação de cumprir o programa acordado com a troika”, sendo “absolutamente indiferente a opção dos portugueses”.
Este sim é, para o ex-banqueiro, “o drama dos dramas”, ou seja, “quem verdadeiramente fez o programa do Governo foram uns senhores que nem sequer podem votar em Portugal” e que agora de forma “cínica” e “hipócrita” sacodem a água do capote. Teixeira Pinto percebe que “algumas [das] coisas pudessem ser necessárias” mas defende que “podiam ser feitas com elegância e não com arrogância”.
E é este o risco, o “terror social” de que falou. “A susceptibilidade potencial de as pessoas perceberem este logro e fingimento” e constarem que “não têm capacidade de auto-decisão. É um caminho, mais do que perigoso, perfeitamente insondável”, conclui.
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