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Barroso lamenta "polémica artificial" contra Bruxelas

O presidente da Comissão Europeia deplorou hoje a “polémica artificial” criada em torno da exceção cultural nas negociações do acordo comercial com os Estados Unidos, e acusou alguns “separatistas de esquerda” de terem um discurso “idêntico à extrema-direita”.

Barroso lamenta "polémica artificial" contra Bruxelas
Notícias ao Minuto

12:56 - 24/06/13 por Lusa

Política Comissões

Questionado hoje em Bruxelas sobre as declarações da véspera de um ministro francês, que o acusou de ser "o combustível da Frente Nacional" (extrema-direita), por alegadamente ter considerado a posição francesa sobre a exceção cultural "reacionária", Durão Barroso manifestou-se agastado com o que classificou como uma “polémica absurda”, resultante de um mal-entendido.

Barroso aconselhou “certos responsáveis políticos” a abandonarem o hábito de utilizarem Bruxelas como “bode expiatório dos seus problemas”.

“Sobre a exceção cultural, as minhas declarações foram mal compreendidas. Sempre disse que para mim a exceção cultural é sagrada (…) Todos os que me conhecem sabem que sou apaixonado pela defesa da diversidade cultural. A propósito deste tema houve uma polémica, a meu ver, absurda, como se eu próprio ou a Comissão fossemos contra a diversidade cultural. É falso, absolutamente falso”, disse, durante uma conferência de imprensa conjunta com o antigo governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger.

Sublinhando que “a diversidade cultural é consagrada pelo tratado de Lisboa, e foi a Comissão que negociou em nome dos Estados-membros a convenção da UNESCO”, José Manuel Durão Barroso sustentou que, “a propósito de uma nova falsidade, cria-se uma polémica artificial, que, além do mais, é injusta contra a Comissão, que é de longe, na Europa, a instituição que mais faz por defender a diversidade cultural”.

“É graças a nós que existe o programa MEDIA, para apoiar os produtores, os realizadores, os distribuidores da Europa. Portanto, para mim, esta é uma polémica sem qualquer sentido”, reforçou.

O presidente da Comissão opinou que “seria bom que certos responsáveis políticos compreendam que não é atacando a Europa e tentando fazer da Comissão Europeia o bode expiatório das suas próprias dificuldades que vão chegar longe” e lamentou as “polémicas inúteis, que não deixam bem aqueles que as lançam”.

“O que não gosto de ver é que alguns soberanistas de esquerda façam exatamente o mesmo discurso que a extrema-direita. Quando se trata de reformas económicas, de abertura, de mundialização, da Europa e das suas instituições, alguns separatistas de esquerda e da extrema-direita têm exatamente o mesmo discurso”, lamentou, garantindo, todavia, que tal não vai abalar a Comissão no seu trabalho e nos seus valores.

No domingo, o ministro francês da Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg, em declarações à rádio France Inter, disse que Durão "Barroso é o combustível da Frente Nacional” e é “o combustível de Beppe Grillo”, cómico e político italiano líder de um movimento de contestação.

A polémica teve início com uma entrevista concedida por José Manuel Durão Barroso ao Herald Tribune, na qual o presidente da comissão, sem nunca se referir abertamente a França, considerou que a exclusão do audiovisual do mandato de negociações com Washington – reclamada por Paris - “faz parte de uma agenda antiglobalização” que considerava “completamente reacionária”, tendo depois o presidente da Comissão esclarecido que as suas declarações não visavam a França.

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