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PSD quer Almaraz na Cimeira Ibérica, Verdes apresentam nova resolução

O PSD desafiou hoje o Governo a levar o tema de Almaraz à próxima Cimeira Ibérica, que se realiza no final do mês em Vila Real, acusando o executivo de gerir o processo de "forma desastrosa".

PSD quer Almaraz na Cimeira Ibérica, Verdes apresentam nova resolução
Notícias ao Minuto

17:30 - 18/05/17 por Lusa

Política Central nuclear

"A continuar com estes ziguezagues, é mais do que certo que vamos ter aqui, na nossa fronteira, uma Central Nuclear a produzir para além dos 40 anos, quando por toda a Europa se encerram centrais com menos de 40 anos", acusou a deputada Berta Cabral, numa declaração política na Assembleia da República.

Por esse motivo, a deputada instou o Governo a "agir de imediato" para travar o processo de prolongamento da vida da Central de Almaraz para lá de 2020, considerando que a Cimeira Ibérica "é a oportunidade que o Governo dispõe para mostrar aos portugueses de que lado está".

"O PSD levará este assunto ao Fórum Ibérico interparlamentar que antecede a Cimeira Ibérica", garantiu.

Antes, também numa declaração política, Heloísa Apolónia, deputada do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), criticou igualmente o Governo na condução deste processo, dizendo que deveria ser claro a dizer a Espanha ser a favor do encerramento da central nuclear em Espanha.

Anunciou, por isso, mais uma resolução, a ser votada na sexta-feira, para insistir no encerramento da central que fica a 100 quilómetros da fronteira com Espanha.

Para a deputada dos Verdes, parece que o executivo português ficou "convencido com o estudo técnico" sobre a construção de um novo armazém de resíduos para a central de Almaraz, quando é claro que "há riscos, incluindo para a população portuguesa".

E há um outro risco, alertou, de o novo armazém contribuir para o prolongamento do tempo de vida da central, além de 2020, ano em que chegou a estar previsto o seu encerramento.

Pelo PS, o deputado João Torres admitiu que o PEV, com esta posição, pode estar a contribuir para um "alarmismo excessivo e exagerado" das populações.

Tanto PSD como o CDS questionaram Heloísa Apolónia se esta posição do Governo, que o PEV apoia, poderia fazer com que invertesse o seu apoio ao executivo liderado por António Costa.

A parlamentar dos Verdes insistiu que o parlamento não é "uma caixa-de-ressonância do Governo", ao contrário do que, acusou, aconteceu com a anterior legislatura, em que "o Governo dizia 'ai' e os senhores gritavam 'ai'".

O PEV, garantiu, votará contra "tudo o que for prejudicial para Portugal e os portugueses". "Habituem-se", afirmou.

Por seu lado, Berta Cabral foi questionada pela esquerda sobre o que tinha feito o Governo PSD/CDS-PP sobre a questão de Almaraz.

"Já falou com o PP espanhol sobre o processo de encerramento?", questionou Jorge Costa, pelo BE.

"O que é que fizeram durante o vosso governo?", secundou a deputada do PCP Virgínia Pereira.

Já o socialista João Torres disse recusar "lições de PSD e CDS em matéria energética" e recuperou declarações do presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, que em 2010 teria dito que se devia debater seriamente a energia nuclear em Portugal.

"Podemos ter do PSD uma resposta absolutamente inequívoca sobre esta matéria?", questionou.

Na resposta, Berta Cabral salientou que as causas ambientais "não são património da esquerda, são causas nacionais".

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