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Discurso 25 de Abril: "Esperava que se falasse mais da realidade do país"

Pedro Santana Lopes e António Vitorino analisaram os discursos de comemoração dos 43 anos do 25 de Abril, proferidos hoje na Assembleia da República.

Discurso 25 de Abril: "Esperava que se falasse mais da realidade do país"
Notícias ao Minuto

23:48 - 25/04/17 por João Oliveira

Política Debate

O dia é de celebração dos 43 anos que já passaram desde que Portugal se pôde expressar livremente. Essa liberdade foi destacada e enaltecida na Assembleia da República, como aliás acontece todos os anos, mas desta vez coube a Marcelo Rebelo de Sousa deixar uma mensagem específica aos partidos: É preciso que o país cresça mais para que haja mais riqueza para distribuir pelo povo.

Acabada a cerimónia, as palavras do Presidente e dos partidos estiveram hoje sob análise de Pedro Santana Lopes, que, na SIC, disse que “esperava que se falasse mais da realidade do país” ou que se mencionasse “aquilo que porventura esteja mais em falta”.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa considerou até que todo o discurso na Assembleia da República foi “um bocado ao lado”, visto que “ninguém falava em determinados temas e tudo dizia bem do Presidente da República, mesmo que nem toda a gente o tenha aplaudido”.

No entanto, o ex-ministro aproveitou para elogiar Marcelo, “que pelo segundo ano consecutivo consegue novamente essa proeza notável: Com a inteligência que tem, constrói um discurso que diz para todos coisas que todos gostam de ouvir e portanto a comemoração foi uma festa, não mais que isto”.

O socialista António Vitorino, também presente no debate, referiu que “cada um [deputado] escolheu o seu tema preferido e fez o discurso em torno da data e de um tema ou dois que lhes pareceu mais importante”, sendo isso prova “do ambiente que estamos a viver”, isto é, “ano de eleições autárquicas e portanto, ano em que os partidos puxam pelos galões e pela sua identidade”.

Sobre o discurso de Marcelo, o socialista aponta “duas coisas interessantes” mencionadas pelo Presidente, nomeadamente “o alerta de que o combate ao populismo é sobretudo responsabilidade dos partidos que estão no sistema” e a capacidade em encontrar “um tema de convergência”, sendo este a necessidade de “crescer mais para distribuir melhor a riqueza”. No entanto, contrasta, em tom retórico, “quem é que não está de acordo com o crescimento económico, com uma necessidade de uma maior e melhor repartição da riqueza?”

“Esse é o debate que interessa fazer: Quais são os instrumentos que o Estado tem para garantir o combate às desigualdades? Esse tema é anunciado mas acaba numa espécie de ‘toca e foge’, ninguém se atravessou com uma proposta mais efetiva sobre o tema”, rematou.

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