PCP rejeita eleitos "na secretaria" e acusa PSD de estar preso ao passado
O secretário-geral do PCP acusou hoje o PSD de estar "preso ao passado", sem aceitar a derrota nas últimas legislativas, e rejeitou a sugestão de adoção do sistema grego, que dá um 'bónus' de deputados ao partido mais votado.
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Política Jerónimo de Sousa
"É evidente que essa proposta assentava que nem uma luva ao PSD, que continua preso ao passado, não digeriu a derrota que teve, porque perdeu 700 mil votos e não é coisa pouca. Agora vem com essa proposta artificiosa", afirmou o líder comunista, Jerónimo de Sousa, à margem de uma visita a uma instituição de cuidados infantis e geriátricos, na Amadora.
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, defendeu hoje um sistema político que aproxime mais eleitos de eleitores e apontou como exemplo um sistema eleitoral como o helénico, que dá um 'bónus' de 50 deputados ao partido vencedor.
Montenegro desafiou mesmo os partidos de esquerda a ponderarem a solução, considerando que "escolher em eleições legislativas significa escolher um caminho", privilegiar a escolha que o povo fez num líder ou numa liderança, mas assegurou não estar "a olhar para trás", para as eleições de 2015.
Confrontado com esta sugestão de Luís Montenegro, o secretário-geral do PCP recusou a eleição de deputados "na secretaria".
"Não estamos nada de acordo com deputados eleitos na secretaria. Um deputado eleito significa que tem o voto popular. Tentar com um bónus ultrapassar essa questão democrática de fundo é inaceitável", disse o líder comunista, recusando qualquer "visão interesseira".
"Não temos uma visão interesseira. Aquilo que está na Constituição está bem, o método de Hondt e proporcional continua a ser fundamental. Eleitos para a Assembleia da República devem ter o voto popular", concluiu Jerónimo de Sousa.
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