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"Não vamos funcionar pelos nossos pés depois da troika"

A ex-presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, sustentou na terça-feira à noite que, mesmo depois da saída da troika, Portugal vai continuar a precisar que alguém lhe empreste dinheiro. Ao mesmo tempo, a antiga ministra das Finanças afirmou que se lhe coubesse negociar com a troika, "no mínimo, gritava".

"Não vamos funcionar pelos nossos pés depois da troika"
Notícias ao Minuto

07:23 - 22/05/13 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Ferreira Leite

A ex-presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, criticou ontem à noite a actual política económica, manifestando-se reticente quanto à possibilidade de o País recuperar o crescimento económico a curto prazo.

Depois de afirmar a sua convicção de que Portugal não conseguirá cumprir os "objectivos mais essenciais" do seu programa de resgate, incluindo o equilíbrio das contas públicas, Manuela Ferreira Leite acrescentou: "Nós não vamos pelos nossos pés, sozinhos, funcionar a partir da data em que a troika abandonar o País. Direi que é praticamente impossível".

"Não é sustentável manter os encargos com a dívida pública à taxa a que a troika nos está a emprestar, que é da ordem dos 3%, menos é possível com as taxas que estão a ser aplicadas quando estamos a ir aos mercados, que andam acima dos 5%. Não é possível, do ponto de vista de contas públicas, haver uma sustentabilidade dessa natureza", argumentou.

"E, portanto, nós vamos com certeza continuar a precisar que alguém nos empreste dinheiro. Não sei qual vai ser o nome que vai ser dado a essa situação em que nos vamos encontrar. Qualquer que seja o nome, nós vamos precisar de ser apoiados", sustentou.

Quanto a quem poderá apoiar Portugal nessa nova fase, declarou: "Penso que o Fundo Monetário Internacional não tem sentido manter-se a apoiar seja o que for, mas entre a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, alguma solução com certeza vai ser dada ao nosso país relativamente a este ponto".

"Acho que não temos hipótese de nos mantermos sozinhos", reforçou.

A antiga governante, que falava no âmbito de um jantar-debate no Grémio Literário, em Lisboa, dedicado ao tema ‘Portugal: o presente tem futuro?’, assinalou também que se lhe coubesse negociar com a troika, "no mínimo, gritava".

"Às vezes perguntam-me o que é que eu faria se lá estivesse. No mínimo, gritava, para alguém ouvir. Não ficava calada de certeza absoluta", afirmou.

Ferreira Leite criticou o "desenho" de base do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, sobretudo pelo "ritmo" imposto para a consolidação das contas públicas, e defendeu que este deveria, entretanto, ter sido corrigido em função dos seus efeitos.

"É um desenho está errado e que não tem levado ao menor dos ajustamentos", lamentou, até porque "não há crescimento possível com esta carga fiscal", declarou a ex-líder laranja.

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