Para Marcelo Rebelo de Sousa, António José Seguro “tem de se fazer de morto”, razão pela qual criticou, no seu habitual comentário semanal na TVI, que o líder do PS fez mal em ter dito que Portugal caminha "para uma crise de regime".
“Eu acho que ele tem de se fazer de morto. Como é que é possível que um futuro primeiro-ministro venha dizer que o País está à beira de uma crise de regime?”, questionou o ex-líder do PSD.
Relativamente à questão da chamada TSU dos pensionistas, que continua a marcar a agenda, Marcelo avaliou que “o PC e o BE caíram em cima de Paulo Portas” porque perceberam que a cair a coligação seria através de Paulo Portas, enquanto o “PS disfarça”.
“Curioso que o PS foi muito discreto. Está a esperar para ver. Tem de fazer de morto. Não pode fazer asneiras”, avaliou o social-democrata, frisando que, no caso do PSD “dividiu-se”.
Marcelo Rebelo de Sousa admitiu ainda que a questão da contribuição de solidariedade nunca será aceite por Paulo Portas, adiantando que “a corda esteve tão esticada no domingo passado ao ponto de o Presidente ter tido de intervir e até ter falado na inspiração de Nossa Senhora de Fátima”.
Ainda a propósito da referência de Cavaco Silva à intervenção de Nossa Senhora, na conclusão da sétima avaliação da troika ao programa de ajustamento português, o comentador achou “natural” o que disse o Presidente. “Ele é católico, acredita em N. Sra de Fátima. Se é bom sinal? Não, é mau sinal porque significa que a crise foi muito grave para ele exprimir o seu alívio”, disse.
Na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa também referiu que com a marcação do Conselho de Estado para debater o que se vai passar a partir de Junho do ano que vem, no período pós-troika, o “Presidente quer baixar a temperatura [da discussão no País], e depois tentar criar pontes com o PS”, já pensando no futuro governo, nomeadamente porque “quem quer que seja governo vai ter de resolver uns problemas de fundo”.
Questionado sobre como soube da reunião do Conselho de Estado, que se realiza esta segunda-feira à tarde, Marcelo contou que estava na faculdade a marcar uma reunião e um aluno lhe disse que não poderia porque tinha Conselho de Estado. “Mas a carta tinha já chegado a minha casa, eu é que tinha saído de manhã e não a vi”, explicou.