Sócrates e Marcelo concordam (pelo menos) numa coisa
O antigo primeiro-ministro José Sócrates e o ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa manifestaram ontem, sensivelmente à mesma hora, mas em canais diferentes, estar de acordo em relação a um ponto: a mini-remodelação governamental anunciada na semana passada não surtiu grandes efeitos.
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Política Notícias
Com pouca diferença de tempo e nos respectivos comentários semanais em canais diferentes, José Sócrates e Marcelo Rebelo de Sousa manifestaram ontem um ponto de vista comum em relação à remodelação governamental anunciada na semana passada por Passos Coelho: as mexidas não foram suficientes.
“É uma remodelação à Passos Coelho, às pinguinhas”, afirmou o antigo líder do PSD, na TVI, adiantando que o primeiro-ministro receia os “traumas de uma grande mudança”, considerando que Portugal vive “um tempo normal”, quando a realidade é bem diferente.
Na RTP, José Sócrates referiu, por seu turno, que “a notícia passou a ser remodelação que não foi feita”, referindo-se também ao CDS, que, disse, “está a subir a parada”, ao exigir uma mudança política, que passa pela defesa de uma pasta da Economia mais forte, com o mesmo peso das Finanças. Na perspectiva de José Sócrates, o que o partido parceiro da coligação está, na verdade, a dizer é: “Nós não queremos ser governados pelo ministro das Finanças”.
Outro tema comum nos comentários semanais de Sócrates e Marcelo foi a relação dos dois partidos da maioria. Marcelo Rebelo de Sousa apontou que Passos Coelho “não tem muita paciência para Paulo Portas, dentro da coligação” e “não tem nenhuma paciência para o PS, fora da coligação”, estando por isso, “muito mal na sua teimosia”.
Já Sócrates considerou que a divergência é um dado adquirido, existindo um "permanente confronto interno" no Executivo, uma vez que Paulo Portas coloca constantemente em causa a autoridade do primeiro-ministro, estando “muito próximo do oportunismo político”.
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