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O erro de Sócrates

O antigo primeiro-ministro, José Sócrates, considerou esta quarta-feira à noite que foi um erro ter formado um Governo minoritário em 2009. Por outro lado, o ex-governante elucidou que contraiu um empréstimo para suportar um ano de estudos em Paris, repudiando as “calúnias” que deram conta de que tinha uma vida de luxo na capital francesa.

O erro de Sócrates
Notícias ao Minuto

07:38 - 28/03/13 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Entrevista

Numa entrevista à RTP, que durou cerca de hora e meia e antecedeu a sua estreia como comentador semanal na estação pública de televisão, já a partir de Abril, o ex-líder socialista admitiu que o seu "erro mais visível" terá sido o de formar um Governo minoritário na sequência das eleições legislativas de 2009.

"Eu nunca devia ter formado um Governo minoritário, porque enfrentei uma crise dificílima num momento muito excepcional, entre 2009 e 2010, com um Governo permanentemente acossado por uma Assembleia da República que, essa sim, só queria mais despesa. Nunca vi os partidos que estão no Governo na Assembleia da República exigirem contenção da despesa, sempre vi a quererem aumentar a despesa", disse, numa alusão à actual maioria PSD/CDS-PP.

Sócrates acrescentou que, "se soubesse que ia haver uma crise das dívidas soberanas, nunca tinha aceitado formar um Governo minoritário".

"Isso fragilizou muito a nossa actuação. Nós tínhamos de enfrentar um Parlamento muito hostil, uma oposição que estava muito radicalizada e, finalmente, um Presidente da República que não foi nada imparcial", sustentou.

O antigo governante classificou ainda de "calúnia" a ideia de que levo uma vida de luxo em Paris e afirmou que contraiu um empréstimo para suportar um ano de estudos na capital francesa.

Neste contexto, Sócrates teceu duras críticas à cobertura jornalística do Correio da Manhã, que acusou de lhe mover uma "campanha ignóbil" a propósito do seu estilo de vida em Paris, para onde foi viver e estudar Ciência Política.

"É mentira que eu tenha uma vida de luxo em Paris, é também mentira que tenha sido recusado por três vezes pela universidade, basicamente insinuando que tinha um comportamento de que se devia duvidar", disse.

Neste contexto, Sócrates referiu que tem uma única conta bancária há mais de 25 anos, que nunca teve contas a prazo, nem acções, nem off-shore, nem contas no estrangeiro.

"A primeira coisa que fiz quando saí de primeiro-ministro foi pedir ao meu banco um empréstimo para ir viver um ano para Paris, sem nenhuma responsabilidade ao nível profissional. Fiz esse ano de estudo, um ano e meio, e agora recomecei a trabalhar", declarou.

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