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Ser líder do PSD? Maria Luís Albuquerque não exclui candidatura

A ex-ministra das Finanças Maria Luis Albuquerque não excluiu, numa entrevista ao DN, a possibilidade de suceder ao líder do PSD, Pedro Passos Coelho, na presidência do partido, apesar de garantir que não tem vontade de avançar.

Ser líder do PSD? Maria Luís Albuquerque não exclui candidatura
Notícias ao Minuto

08:13 - 29/04/16 por Lusa

Política Ex-ministro

"Relativamente a matérias dessa natureza não se deve dizer nunca. Depende muito das circunstâncias. Se me pergunta se tenho vontade ou se tenho essa intenção, não a tenho, mas nestas matérias afirmações absolutas de nunca parecem-me contraproducentes", disse Maria Luis Albuquerque na entrevista, publicada na edição de hoje Diário de Notícias.

A deputada social-democrata lembrou que a questão da sucessão de Passos Coelho "não está em cima da mesa", sublinhando ser "um hábito pouco saudável em relação a líderes que acaba de ser reeleitos com uma maioria esmagadora estar já a falar de quem é que os sucede".

Em relação ao programa do atual Governo, Maria Luis Albuquerque salientou que a maior preocupação do PSD é a "falta da qualidade das políticas", que se reflete "não só numa estratégia que é errada, como na inconsistência e na incapacidade para serem atingidas as metas, com as consequências que isso traz".

Para a vice-presidente do PSD, apenas com três meses de execução orçamental já existem "vários sinais preocupantes", um dos quais o crescimento dos pagamentos em atraso, situação que considerou revelar "descontrolo e uma provável inconsistência entre as metas traçadas pelo orçamento e aquilo que são as necessidades dos diversos setores".

Em relação à polémica que ficou conhecida como caso Arrow, a empresa com a qual aceitou colaborar, Maria Luis Albuquerque disse ter aceitado o convite porque lhe pareceu interessante a possibilidade de ter "uma experiencia nova e de aprender muitas coisas".

"Quem está na vida política tem de estar preparado para o impacto das suas decisões e para sentir críticas e, portanto, isso é uma coisa que vem no pacote. Faz parte. (...) A questão de 'em política o que parece é', é uma citação de Salazar, e eu, citações de Salazar, não aprecio. A questão foi colocada logo de início de forma errada, primeiro revelando uma enorme ignorância sobre o que é a atividade de uma empresa destas e até de um princípio errado que era uma atividade que eu teria tutelado enquanto ministra das finanças".

Em relação ao Banif, Maria Luis Albuquerque reconheceu que o governo PSD, quando cessou funções, estava "muito confiante" de que o plano de reestruturação delineado teria para os cofres do Estado "um impacto que seria uma pequena parcela daquilo que foi efetivamente".

"O que aconteceu no fim, foi uma surpresa e é uma matéria que tem de ser esclarecida", salientou.

Maria Luis Albuquerque disse manter a confiança no governador do Banco de Portugal, reconhecendo que a manutenção da confiança num regulador, "com a importância do banco central, é um elemento fundamental da própria estabilidade financeira".

A ex-ministra das Finanças sublinhou ser da responsabilidade de todos os atores políticos "não colocar em causa o regulador do setor financeiro" se a preocupação em causa é a questão da estabilidade.

Quanto à criação de um banco mau para concentrar o crédito mal parado, à semelhança do que aconteceu em Espanha e Itália, Maria Luis Albuquerque disse não lhe parecer urgente a existência "de um veículo dessa natureza", dado que aquilo que o sistema financeiro diz "repetidamente é que não há procura de crédito de qualidade para que ponham os fundos disponíveis ao serviço do investimento".

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