No final da reunião do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes assegurou ainda que, enquanto decorrer a sétima avaliação, não haverá por parte do executivo “declarações avulsas” sobre o conteúdo do processo.

“Sobre a maneira como está a decorrer a avaliação, ela está a decorrer com o empenho total da parte do Governo. Sobre o que tem vindo a ser o objecto do trabalho dessa avaliação, como habitualmente ao longo da avaliação não há pronunciamentos por parte do Governo, nem por parte da troika”, disse.

“Seria institucionalmente profundamente incorrecto durante o período de avaliação estar a haver declarações avulsas sobre o que se está a passar nessa própria avaliação. Nunca foi assim nas avaliações anteriores e não será também nesta”, acrescentou.

Luís Marques Guedes indicou ainda que a conclusão da sétima avaliação, que começou no início desta semana, “está prevista em termos normais para o final da próxima semana”.

“No final dos trabalhos desta sétima avaliação haverá, à semelhança do que aconteceu nos casos antecedentes uma comunicação, quer do Governo português quer, imagino eu, por parte das instâncias internacionais que fazem parte da ´troika´”, antecipou.

A sétima avaliação fica marcada pela recente revisão das previsões para a economia portuguesa feitas pela Comissão Europeia que colocam agora a economia a recuar 1,9%, contra uma previsão anterior (partilhada pelo Governo) de uma recessão de 1%, o que fará disparar o desemprego para uma taxa de 17,3%.

Perante estes números, também os dados da consolidação orçamental ficaram comprometidos sendo de esperar, tal como o ministro das Finanças afirmou na quarta-feira, dia 20, no Parlamento, que Portugal possa vir a beneficiar de mais um ano para atingir um défice inferior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Para já, as previsões da Comissão Europeia continuam a apontar para que esse objectivo venha a ser alcançado em 2014, com o défice a fixar-se nos 2,9% do PIB e não nos 2,5% anteriormente previstos. A Comissão reviu ainda os números para 2013 e, em vez de apontar para um défice de 4,5%, aponta agora para um valor de 4,9% do produto.

A avaliação que agora se inicia será ainda marcada, não só pela activação do chamado 'Plano B' do Governo, um plano que prevê poupanças adicionais de cerca de 800 milhões de euros de forma a cumprir as metas do défice, mas também pela discussão do pacote de reforma do Estado que prevê o corte de quatro mil milhões de euros à despesa pública.