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Presidente da República atuou "no papel de militante" do seu partido

O secretário-geral do PCP acusou no sábado o Presidente da República, Cavaco Silva, de ter atuado "no papel de militante do seu partido", o PSD, no processo de nomeação do Governo após as legislativas de 04 de outubro.

Presidente da República atuou "no papel de militante" do seu partido
Notícias ao Minuto

06:17 - 29/11/15 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

Num discurso proferido num comício realizado em Vila Real de Santo António, no distrito de Faro, Jerónimo de Sousa disse também que é tempo de PSD e CDS-PP "reconhecerem a sua derrota e as nefastas consequências da sua política", que pode agora ser invertida pelo Governo do PS liderado por António Costa e apoiado pelos partidos de esquerda, como o PCP.

"Com a indigitação e tomada de posse do Governo de iniciativa PS, foi finalmente dada consequência política e institucional à vontade dos trabalhadores e do povo português, que, primeiro com a sua ampla e vigorosa luta e depois com o seu voto, criou as condições para pôr um ponto final à desastrosa governação da coligação PSD/CDS e à sua política de exploração e empobrecimento conduzida nos últimos quatro anos", considerou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP disse que o país passou por "quatro anos negros de governação PSD/CDS", partidos que Jerónimo de Sousa criticou por "representarem grandes grupos económicos e as forças mais retrógradas da sociedade portuguesa" e quererem "a todo o custo prolongar e eternizar" o seu governo, "com a conivência do Presidente da República".

"Em todo este processo, alimentando uma escusada crise política, cuja origem remete agora a responsabilidade para outros, o Presidente da República colocou-se ostensivamente no papel de militante do seu partido e ao seu serviço", censurou Jerónimo de Sousa a Cavaco Silva.

O dirigente do PCP considerou que Cavaco Silva deu "expressão à campanha revanchista dos partidos da coligação" e isso foi "ainda mais evidente" quando manifestou "a sua manifesta contrariedade perante uma solução que até ao último momento tentou inviabilizar", numa referência à indigitação e posse do governo do PS.

"De facto, Cavaco Silva em todo este processo optou por fazer tudo para transformar um ato de normalidade democrática, numa crise política e num quadro de patente confrontação com outros órgãos de soberania", acrescentou.

Para o secretário-geral do PCP, "é tempo de PSD e CDS reconhecerem a sua derrota e as nefastas consequências da sua política" e de "parar com a campanha de mentiras e difamação".

Jerónimo de Sousa defendeu que o Governo PS tem agora a possibilidade de inverter a política de direita com o apoio parlamentar dos comunistas e dos outros partidos de esquerda.

"O real e empenhado esforço do PCP é para, sem prejuízo das reconhecidas limitações e alcance que o grau de convergência permitiu, potenciar a sua concretização e constituir, pelas medidas e políticas a adotar, o sinal de mudança que os portugueses exigiram com a sua expressiva condenação do governo e da política anteriores", disse ainda Jerónimo de Sousa.

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