Na sua crónica desta segunda-feira no Público, António Correia Campos acusa Cavaco Silva de ter olhado para a formação do governo como se de uma dona de casa se tratasse.
“Tratou este assunto como uma dona de casa alimenta galinhas: dá milho às que considera poedeiras e farelo às restantes. Assim nunca terá ovos das segundas”, afirma, considerando que foi um erro não ouvir a Esquerda e dizer que “não conta com os partidos à esquerda do PS para as funções normais da vida política”.
Ao fazê-lo tornou-se no “grande aglutinador e o principal ator do processo político de união das esquerdas”, que só perceberam o poder que tinham juntas após a vitória de Ferro Rodrigues na Assembleia da República.
Por tudo isto, o chefe de Estado é, segundo o jurista, o responsável pela instabilidade no país e lembra que um governo de gestão deixará o país “sem rumo” e “sem comando interno”.
“A democracia é o governo das maiorias”, ressalva, acrescentando que será a esquerda a assumir um poder “que quase ignorava”,