"Não serei nem candidato nem Presidente de metade do país contra outra metade. Comigo as presidenciais não serão nem uma segunda volta das legisltvas ou do Governo delas saído, nem a busca de uma muleta para alcançar o que não foi obtido nas legislativas ou no Governo. Outros pensarão de forma diferente. É assim que eu penso e que ajo", disse Marcelo Rebelo de Sousa numa sessão pública que hoje decorreu no Mercado Ferreira Borges, no Porto.
O ex-líder do PSD garantiu que não vai pedir "apoio a nenhuma entidade partidária ou não partidária", não fazendo depender a candidatura de "qualquer decisão que venha a ser tomada neste domínio" uma vez que defende que "um candidato presidencial não é, não pode ser uma projeção e menos ainda uma correia de transmissão de um partido ou de uma coligação que ele integra".
"Tal como o Presidente da República não pode ser o porta-voz de um partido ou de uma coligação, um fiador atento, venerador e obrigado de um Governo ou de uma maioria parlamentar, absoluta ou relativa", sublinhou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, os próximos cinco anos são cruciais e o Presidente da República "tem de ser um exemplo constante", considerando que, "em Portugal 2016, a justiça social é o desafio dos desafios" e que "quem falar de Estado social sem falar justiça social está a usar palavras ocas".
Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou o momento para explicar as regras da pré-campanha e da campanha eleitoral, garantindo que não perderá "um minuto a comentar direta ou indiretamente os demais candidatos presidenciais", mas manifestando total disponibilidade para debates e frente-a-frente com todos os candidatos efetivos, uma vez que recusa a ideia de candidatos de primeira, de segunda ou de terceira.
Em termos financeiros, o ex-líder do PSD considera inaceitável que "em clima de saída da crise se gastem os milhões que a lei permite e que foram gastos em eleições anteriores", uma vez que "seria uma afronta e uma contradição", rejeitando o financiamento privado por uma questão de independência.
"A minha pré-campanha e campanha serão muito contidas em termos de custo. Serão cobertas exclusivamente pela subvenção do Estado, sem dinheiro privado ou de partidos", comprometeu-se, garantindo que aceita apenas o voluntariado de quem se quiser juntar.
Marcelo afasta da sua corrida eleitoral empresas de imagem, de marketing, de estudos de mercado e garante que também não terá comissão de honra, porque esta "não é uma campanha de personalidades, mas sim uma campanha de pessoas, para as pessoas e pelas pessoas".
Para o professor, é neste momento difícil - para o país, para a Europa e para o mundo, que "mais se exige a clareza de posições e de atitudes do Presidente da República".
"O Presidente da República tem de ter uma ideia que todos compreendam sobre Portugal e a minha ideia é de um Portugal com mais justiça e mais igualdade", sublinhou, considerando ser fundamental "combater a pobreza".