Passos recebido com apupos e protestos em Aveiro
O primeiro-ministro foi recebido, esta segunda-feira em Aveiro, com palavras e cartazes de protesto por meia centena de pessoas, mobilizadas pela União de Sindicatos de Aveiro, afecta à CGTP-IN.
© Lusa
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Passos Coelho entrou e saiu sem se abeirar dos manifestantes, mas na conferência da ‘Global Compact Network’, em que participou, respondeu à questão levantada por Francisco Gonçalves, vice-presidente da União de Sindicatos de Aveiro (USA).
Enquanto no exterior os sindicatos filiados na CGTP exibiam tarjas "contra as desigualdades" e a denunciar que "os ricos estão mais ricos e os pobres a morrer", no auditório houve tempo para perguntas ao primeiro-ministro, oportunidade que o dirigente da USA aproveitou para o confrontar com os elevados índices de pobreza.
Passos Coelho respondeu que o diagnóstico está feito e é preciso criar oportunidades para que as pessoas possam aceder a maior rendimento e repensar o processo redistributivo, e que a situação que se vive não é uma opção, mas o resultado da restrição financeira.
"Quando hoje dizemos que o Estado tem de ser mais parcimonioso na distribuição da sua despesa significa que temos uma restrição financeira a que não podemos deixar de atender. Não é uma questão de estar bem ou mal, mas do que é possível fazer e essa observação sobre o que é o limite das possibilidades é muito relevante para não sermos demagógicos e não prometermos às pessoas distribuir aquilo que não temos", disse.
O primeiro-ministro considerou que, para além das contingências, a redistribuição da riqueza tem de ser redesenhada "para que aqueles que mais precisam, dentro das disponibilidades do país", possam receber compensações.
"As pessoas ficam num nível muito estratificado de rendimento, e depois não corrigimos após a redistribuição que é feita de múltiplas formas, através das políticas públicas, no essencial a Educação e a Saúde, e das prestações sociais. Uma vez realizada essa redistribuição, nós mantemos um nível de pobreza bastante acentuado, o que significa que nem criamos oportunidades económicas à cabeça, nem corrigimos suficientemente bem no processo redistributivo", disse.
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