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"Um pedido de desculpas de Paulo Portas ao PS não ficava nada mal"
A vitória da coligação Portugal à Frente nas eleições e as declarações de Cavaco Silva esta noite foram ‘tema quente’ no espaço de comentário de António Vitorino e Santana Lopes na SIC Notícias.
© Global Imagens
Política António Vitorino
No programa de comentário na SIC Notícias, Pedro Santana Lopes e António Vitorino reagiram às declarações do Presidente da República, Cavaco Silva, esta noite, em relação ao encontro que teve com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, dando-lhe a indicação de que teria de chegar a uma “solução de Governo”.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, considerou o discurso de Cavaco Silva “excelente”. “O que o Presidente da República pôs em cima da mesa não foi uma posição fácil. Ele optou ao dizer que não gostaria de dar posse a um Governo com partidos que estão contra as políticas europeias mas ainda assim exigiu que se entendam para assegurar estabilidade”, afirma.
Já o militante socialista, António Vitorino, considera que Cavaco Silva introduziu “uma inovação curiosa” mas deixa um aviso: “estamos numa fase prévia”. “O Presidente da República coloca nos ombros de Passos Coelho o encargo de forjar uma plataforma de entendimento que garanta um Governo estável e esse não é um encargo cómodo”.
Para Santana Lopes, “o Presidente da República faz uma leitura muito simples dos três partidos que respeitam os compromissos internacionais”, mas de fora fica o Bloco de Esquerda e o PCP que são contra as políticas europeias. “O Bloco e o PCP não podem ser contra e depois quererem governar com partidos que respeitam os compromissos. Há atitudes que levam a pensar que uns só querem ir para o poder só pelo poder”.
António Vitorino considera que o problema da esquerda são as políticas europeias. “A grande fratura à esquerda são as políticas europeias. Não basta dizerem do que não gostam. Isso não é negociar um Governo”, admite, acrescentando que neste momento o “PS está numa posição incómoda, perdeu as eleições dentro do partido há alguma tensão”.
Ainda sobre os discursos durante a campanha eleitoral, o socialista acredita que o líder do CDS deve um pedido de desculpas ao PS. “Um pedido de desculpas de Paulo Portas ao PS não ficava nada mal. Houve afirmações em que feriu a dignidade dos socialistas”, justifica.
E por isso, considera que é impensável haver uma coligação entre PSD/CDS e PS. “É impensável haver uma coligação. É preciso respeitar o sentido de voto daqueles que votaram no PS. Não creio que os eleitores que votaram no PS esperassem uma grandíssima coligação”.
Numa última análise, Santana Lopes refere que “os partidos estão mais fracos que Cavaco Silva”, mesmo no final do seu mandato.
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