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"Seria estranho que quem ganha não pudesse governar", diz Passos

O presidente dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje que PSD e CDS-PP vão reunir "de forma muito expedita" os respetivos órgãos nacionais para formalizar um acordo de Governo, na sequência da vitória nas legislativas.

"Seria estranho que quem ganha não pudesse governar", diz Passos
Notícias ao Minuto

23:49 - 04/10/15 por Zahra Jivá

Política Eleições

Num discurso celebratório no hotel Sana, em Lisboa, o atual primeiro-ministro Pedro Passos Coelho começou por "dirigir um cumprimento muito caloroso a todos os portugueses que entenderam que era importante votar nestas eleições".

As projeções desta noite dão uma vitória clara à coligação Portugal à Frente (PàF), segundo a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna - Administração Eleitoral (SGMAI).

Passos Coelho começou por recordar os momentos difíceis aos quais os portugueses foram submetidos nos últimos quatro anos. "Estamos a concluir um período em que todos os portugueses foram chamados a contribuir", afirmou, sublinhando que "nós tivemos a possibilidade de fechar este ciclo, olhando agora para o futuro com uma perspetiva de maior confiança. Foi isso que entenderam os eleitores quando votaram" este domingo.

"Tenho a certeza de que todos os que foram eleitos através desta expressão dos portugueses merecem o nosso cumprimento", declarou Passos dirigindo-se aos restantes partidos. Mas para logo de seguir rematar: "Quero dizer também que é inequívoco que estas eleições mostraram uma força política vencedora e que foi a coligação juntamente com o Dr. Paulo Portas".

Ainda em reação ao facto de não terem obtido maioria absoluta, Passos mostrou-se humilde. "Nós cumprimentamos os portugueses pela forma como se expressaram e interpretamos com muita humildade os resultados. Não conseguimos chegar a uma maioria no Parlamento, como era o nosso desejo. Era uma forma mais segura de podermos olhar para os próximos quatro anos, mas respeito profundamente a decisão que os portugueses tomaram", disse.

"Já acertei com o doutor Paulo Portas, em consequência do resultado que registámos nestas eleições, que iremos promover de forma muito expedita a convocação dos órgãos nacionais dos respetivos partidos para formalizar um acordo de Governo, que sempre esteve subjacente ao acordo de coligação", declarou Passos Coelho, no hotel Sana, em Lisboa onde a coligação PSD/CDS-PP acompanhou a noite eleitoral.

Com o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, ao seu lado, Passos Coelho acrescentou: "Nestes primeiros dias da semana, portanto, faremos, como nos compete, o passo que é indispensável para que se possa comunicar ao senhor Presidente da República que a força política mais votada nas eleições está disponível para formar o Governo, e com isso contrair todas as responsabilidades inerentes aos resultados das eleições".

"Seria estranho que quem ganha não pudesse governar. O que nos dispomos a fazer interpreta de forma correta e humilde a vontade do eleitorado", adiantou. Mas os tempos que se adivinham não parecem fáceis: "É agora importante reconhecer que o Parlamento exigirá mais de todos nós. Os tempos que agora terminam não foram fáceis, os próximos são, pelo menos, desafiantes", indicou.

Para o líder do PSD, a "tarefa mais emergente é poder dotar o país de um orçamento para 2016, que cumpra os objetivos essenciais que é: uma vez saídos do défice excessivo manter Portugal com um défice abaixo de 3%, para garantirmos uma redução da dívida portuguesa, de forma a podermos crescer com mais intensidade".

"Para trás, ficou e foi ficando a emergência que estamos a ultrapassar", frisou, acrescentando que todas as promessas feitas durante a campanha eleitoral serão cumpridas. "Como tínhamos previsto: a recuperação dos salários ao nível da Administração Pública, bem assim como o alargamento de melhores condições em sede de IRS para que os portugueses possam ver o seu esforço fiscal aliviado. Mas não esquecemos que é necessário remover a sobretaxa de IRS dentro de um caminho seguro. Não deixaremos de devolver também o excesso fiscal em sede de IVA e IRS para que todos os portugueses vejam devolvidas uma parte da sobretaxa".

Passos Coelho deixou ainda uma mensagem aos portugueses que não votaram PàF: "A todos esses portugueses que não nos escolheram, no que nos diz respeito, a campanha eleitoral terminou e as nossas obrigações de Governo obrigam-nos a pôr de lado as bandeiras partidárias e a juntar todos os que querem construir um país melhor", declarou, como que 'piscando o olho' a possíveis acordos.

"Vamos contactar o PS, no sentido de junto do PS procurar os entendimentos que são indispensáveis na expectativa de sendo um partido europeísta estará disponível para possibilitar que reformas importantes ainda possam ter lugar no nosso país", afirmou Passos, concluindo: "Não é pelo facto de não termos atingido a maioria que não empenharemos o melhor de nos próprios para que os próximos anos não tenham sobressaltos".

[Notícia atualizada às 00h07]

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