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Portugal tem de se "libertar do colete-de-forças" do Euro

O secretário-geral do PCP disse hoje, em Samora Correia, que o euro "foi um desastre para Portugal" e que o país "não tem outra alternativa" senão "libertar-se desse colete-de-forças".

Portugal tem de se "libertar do colete-de-forças" do Euro
Notícias ao Minuto

06:06 - 23/09/15 por Lusa

Política Jerónimo

Jerónimo de Sousa falava num comício no Centro Cultural de Samora Correia, no concelho de Benavente, de autarquia CDU, no final de um dia de campanha no distrito de Santarém que começou num outro "bastião" do partido, a freguesia do Couço, no concelho de Coruche, com uma passagem pelo Entroncamento.

Afirmando que o país recuou uma década e meia em termos de riqueza criada desde que aderiu ao euro, o líder comunista defendeu uma "cuidadosa preparação" da saída da moeda única, cenário que acusou o próprio Partido Socialista de ter incluído no seu programa sem que tenha "coragem" para o afirmar.

"É curioso que o Partido Socialista, quando ouve falar desta necessidade de estudo e de preparação em relação ao euro, benze-se três vezes e considera isto uma blasfémia e, no entanto, no seu programa, tem muita conversa, mas tem lá os chamados cenários e tem dois cenários em relação ao euro", afirmou.

Jerónimo de Sousa afirmou que ao primeiro cenário (de uma Europa solidária e de coesão económica e social, em que os socialistas "ainda acreditam no Pai Natal"), o PS juntou, "à cautela", outro em que, a manter-se a situação atual, "a questão da saída do euro vai ser posta", indo até mais longe que o PCP, ao alargar à própria zona euro, "que poderia implodir".

"Diz o Partido Socialista: 'mas isto é só um cenário que a gente não quer'. Mas, se não querem porque gastaram tanto as pestanas para fazerem aquele cenário? Se não serve para nada não o ponham lá. A única diferença é que o PS não tem a coragem de dizer que Portugal, para ter futuro como nação livre e independente, tem de se libertar destes constrangimentos do euro", afirmou.

Declarando que o euro "é uma moeda feita à medida das necessidades e dos interesses da alta finança e à medida da economia alemã" e que "submete o país à chantagem dos mercados, dos especulares, do BCE e da 'troika'", Jerónimo de Sousa defendeu que Portugal não pode "enterrar a cabeça na areia como avestruz e fazer de conta que o problema não existe".

"Por isso afirmamos que foi um desastre para Portugal e que, a prazo, não temos outra alternativa senão libertar o país dos seus constrangimentos", disse, considerando que uma saída do euro deve acontecer "idealmente em concertação com outros povos europeus que estão na mesma situação".

Aos que afirmam que o PCP quer meter o país "numa aventura", o líder comunista responde que os responsáveis pela entrada no euro "querem virar o bico ao prego".

"À irresponsabilidade da precipitação da adesão, o PCP opõe a responsabilidade de uma cuidadosa preparação para nos emanciparmos, à irresponsabilidade com que impediram que o povo se pronunciasse sobre a entrada, o PCP opõe a responsabilidade de respeitar a sua vontade numa saída", declarou, defendendo que a "libertação do euro" tem de ser "um processo preparado, participado, democrático e que proteja os meios, os recursos e os direitos da generalidade da população".

Jerónimo de Sousa encerrou um comício que reuniu mais de quatro centenas de pessoas que, antes, ouviram o cabeça de lista e atual deputado eleito pela CDU no distrito de Santarém, António Filipe, a pedir um reforço "em votos e deputados" num partido que se "orgulha" de ser coerente nas palavras e nas ações.

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