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Debates não poderão superar recorde de tempo do duelo Cunhal/Soares

O debate entre Jerónimo e Catarina Martins inaugura na terça-feira os duelos para as legislativas, e se nenhum ultrapassará as três horas e quarenta do confronto Soares/Cunhal, Costa e Passos poderão exceder o recorde de audiências do embate Passos/Sócrates.

Debates não poderão superar recorde de tempo do duelo Cunhal/Soares
Notícias ao Minuto

10:35 - 30/08/15 por Lusa

Política Eleições

As eleições legislativas serão antecedidas por dois embates entre o secretário-geral do PS, António Costa, e o presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pela primeira vez em simultâneo nas três estações de televisão de sinal aberto, no dia 9 de setembro, e nas rádios, no dia 17.

Este ciclo de debates marcará a estreia de Heloísa Apolónia, de "Os Verdes", que representará a CDU no frente-a-frente com o presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, que não desistiu de estar presente nos duelos, apesar de os centristas concorrem coligados com o PSD.

Em 2011, Portas enfrentou Passos e assumiu o objetivo de liderar um Governo minoritário e ultrapassou a proposta do PSD de diminuir o número de deputados para 181 (o mínimo permitido sem rever a Constituição) considerando possível existir uma Assembleia da República com 115 parlamentares.

O líder centrista irritou Passos com referências ao caciquismo social-democrata e o presidente do PSD disse que o seu programa apostava "em que toda a austeridade que venha a ser feita será feita pelo Estado e não mais pelos portugueses".

"Os portugueses já vivem em austeridade há pelo menos um ano", declarou Passos Coelho, criticando a reestruturação da dívida e realçando a importância de cortar as "gorduras do Estado".

Na discussão sobre a forma de compensar a proposta de baixa da Taxa Social Única, Passos diz, às tantas: "Eu como primeiro-ministro recuso-me a cortar salários". Portas responde: "Está a ver, a primeira diferença entre PSD e CDS: eu não quero dizer coisas nesta campanha eleitoral de que me arrependa depois da campanha eleitoral".

O debate televisivo mais visto de sempre (mais de 1,5 milhões de espectadores) foi igualmente em 2011, opondo o então primeiro-ministro socialista José Sócrates e Passos Coelho, que com muitas interrupções e irritações discutiram as consequências do chumbo do PEC IV pelos sociais-democratas, o 'timing' do pedido de ajuda externa e o peso da conjuntura internacional na situação financeira do país.

Passos acusou Sócrates de ter sido "o primeiro-ministro que mais maldades e malfeitorias fez ao Estado social em Portugal, cortou salários na Função Pública, mais reduziu as prestações sociais, elevou os custos de acesso à saúde, diminuiu as comparticipações nos medicamentos e acabou com milhares de abonos de família".

Um problema técnico deixou, na parte final, de permitir o acesso aos tempos pelos oponentes, que ficaram sem saber se estavam em vantagem ou com défice de tempo e Passos acusou o desgaste: "Os senhores não conseguem resolver este problema técnico", disse.

Este debate recordista de audiências durou uma hora, longe do debate televisivo mais longo de sempre, que opôs em 1975 o então líder do PS Mário Soares ao secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal durante 220 minutos, três horas e quarenta minutos, e é hoje sobretudo recordado por uma resposta do histórico comunista num tom que contrasta com a seriedade da acusação pela qual respondia.

Depois de acusar Cunhal de querer "transformar o país numa ditadura", Soares ouviu do então líder do PCP: "Olhe que não, doutor, olhe que não".

Em 1986, nas presidenciais, Soares voltou aos estúdios para outro aguerrido debate com Freitas do Amaral, em que os candidatos a Belém trocaram acusações sobre os apoios de cada um. Recentemente, Freitas contou à Lusa que no dia a seguir ao escrutínio recebeu em casa um enorme ramo de flores em forma de cumprimento do Presidente eleito.

A vida pessoal dos candidatos raramente foi objeto de discussão, exceção terá sido o confronto Sócrates/Santana, em que os "boatos mentirosos" sobre a vida privada de José Sócrates foram assunto, assim como a invetiva do bloquista Francisco Louçã a Portas, também em 2005, sobre o aborto.

"O senhor não pode falar do direito à vida porque nunca gerou vida. Não sabe o que é gerar vida. Eu tenho uma filha. Eu sei o que é um sorriso de uma criança", disse Louçã a Portas.

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