Costa critica vício político de desculpas com herança recebida
O secretário-geral do PS criticou hoje quem se queixa sempre da herança política recebida e considerou mais gravoso para o futuro da Segurança Social o plafonamento proposto pela coligação PSD/CDS do que a redução temporária das contribuições.
© Global Imagens
Política Eleições
Estas posições foram assumidas por António Costa no final de um almoço promovido pelo Fórum de Administradores de Empresas, após questões formuladas pelo antigo ministro social-democrata Mira Amaral, que criticou os governos em início de funções que se queixam sempre de contas mal feitas por parte dos seus antecessores.
"Não nos podemos estar sempre a desculpar com as heranças, eu também já tive heranças e as heranças em política não são aceites a benefício de inventário. Quando temos uma herança, atacamos os problemas e procuramos resolvê-los", começou por responder o líder socialista, concordando com a perspetiva defendida pelo antigo ministro dos executivos liderados por Cavaco Silva.
Depois, numa nota humor, António Costa rematou: "Temos de resolver os problemas que herdamos e deixar também alguns para não haver extinção do posto de trabalho por falta de ocupação".
Neste período do debate, Mira Amaral e António Costa referiam-se a afirmações proferidas pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre "surpresas" com que se deparou no início da governação, no verão de 2011, sobre o teor do memorando assinado com a 'troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia), documento que, segundo ambos, também foi negociado pelo antigo ministro do PSD Eduardo Catroga.
Nas respostas às questões de Mira Amaral, António Costa sustentou ainda que a proposta do PS de reduzir as contribuições para a Segurança Social dos trabalhadores "não é a medida ideal, mas é gradual, temporária e reversível", pretendendo beneficiar financeiramente todas as famílias, mesmo as que estão isentas de IRS.
Neste contexto, criticou a proposta da coligação PSD/CDS no sentido de introduzir o plafonamento horizontal nas contribuições para a Segurança Social.
"Não há comparação entre uma medida de natureza conjuntural que visa relançar a economia nos próximos três anos [proposta do PS] e uma alteração estrutural do financiamento da Segurança Social como o plafonamento [proposto pela coligação PSD/CDS] para o futuro do sistema. Não é possível comparar uma medida que produz efeitos três anos com outra que produzirá seguramente efeitos de retirada de receitas pelo menos ao longo das próximas duas gerações", alegou o líder socialista.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com