Líder do PCP condena posição de Cavaco sobre um possível Grexit
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, condenou hoje a posição do Presidente da República sobre a eventual saída da Grécia da zona euro, considerando ser uma "manifestação clara" da "arrogância" de Cavaco Silva.
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Política Críticas
"É uma manifestação clara da pesporrência, da arrogância do Presidente da República, que resolve fazer uma operação numérica como se a questão política de fundo em relação à caracterização da União Europeia, a este processo turbulento, aos anseios dos trabalhadores e do povo gregos" para Cavaco Silva fosse "uma folha de couve e veio um burro e come-a", disse Jerónimo de Sousa, em Beja.
Segundo o líder dos comunistas, que falava aos jornalistas à margem de uma sessão pública de apresentação de João Ramos como cabeça-de-lista da CDU pelo círculo de Beja nas eleições legislativas deste ano, a posição de Cavaco Silva, "no essencial, é perfeitamente condenável".
No passado domingo, em Paços de Ferreira, o Presidente da República disse que "a zona do euro irá sobreviver com a mesma força que teve no passado", já que, apesar de acreditar que a Grécia não vai sair, se isso acontecer ainda ficam 18 países.
"Eu penso que o euro não vai fracassar, é uma ilusão o que se diz. A zona do euro são 19 países, eu espero que a Grécia não saia, mas se sair ficam 18 países", disse Cavaco Silva.
Segundo Jerónimo de Sousa, em relação ao caso da Grécia, há "dois factos" a sublinhar, sendo que o primeiro é o "alinhamento condenável do Governo português PSD/CDS-PP e do Presidente da República, juntando-se àqueles que fazem uma pressão inaceitável sobre o povo grego, contra a soberania, numa prática de ingerência e de pressão inaceitável".
No caso da Grécia, "a chantagem, a pressão demonstram que o Governo português, desavergonhadamente, aliado ao Presidente da República, se encostou aos poderosos contra o povo grego e o seu direito de soberania e a ter uma vida melhor".
O líder do PCP disse que a situação de Portugal "fala por si" e a posição do Governo português, "no essencial, também visa justificar as malfeitorias que fez sobre o povo português, numa posição sempre de alinhamento, sempre de submissão".
"Naturalmente", o Governo português tem a posição que tem em relação à Grécia "porque tem a consciência pouco tranquila do mal que fez aos portugueses durante estes quatro anos".
O segundo facto, disse, "é que estilhaçou aquele princípio tão proclamando da afirmação da coesão e da solidariedade da União Europeia", demonstrando que o diretório de potências e os interesses que comandam a União Europeia "não estão nada interessados em respeitar a soberania e a vontade dos povos".
Segundo o líder do PCP, "o processo que está em curso" em relação à Grécia "também demonstrou que essa historinha da coesão e da solidariedade da União Europeia não passa de conversa fiada, porque nunca existiu, nem existe atualmente".
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