Em altura de pré-campanha eleitoral, os partidos da maioria não se aventuram a dizer que solução têm para a sustentabilidade da Segurança Social. Não o vão fazer mesmo no programa de governo, a apresentar até ao final de junho.
No centro desta hesitação está o medo de perder votos, já que o tema das pensões é demasiado polémico e facilmente pode levar a que os três milhões de pensionistas com lugar cativo nos cadernos eleitorais voltem as costas aos partidos da coligação.
“O problema é grave porque ninguém quer assumir o ónus de dizer a verdade. (…) Os responsáveis políticos temem que a sociedade reaja mal ao conhecimento da realidade”, contou ao Expresso Jorge Bravo, especialista em Segurança Social convidado para participar no programa do governo do PSD/CDS.
Para sustentar a ausência de soluções nesta matéria, o Executivo sustenta-se na tese de que quer estabelecer um “largo consenso com o PS e os parceiros sociais”. Uma ampla reforma da Segurança Social evitaria, até, um novo chumbo do Tribunal Constitucional.