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Recondução de Carlos Costa é "prémio político" dado por Passos

Mariana Mortágua ganhou destaque mediático após intervenções na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES. Hoje, foi a jovem deputada a dar voz às reações do Bloco de Esquerda à recondução de Carlos Costa no Banco de Portugal.

Recondução de Carlos Costa é "prémio político" dado por Passos
Notícias ao Minuto

19:06 - 28/05/15 por Pedro Filipe Pina

Política Mariana Mortágua

A decisão de Passos Coelho, hoje anunciada, de reconduzir Carlos Costa na liderança do Banco de Portugal está a ser alvo de duras críticas por parte da oposição.

Falando aos jornalistas, no Parlamento, Mariana Mortágua reagiu em nome do Bloco de Esquerda, para dizer que esta recondução não passa de um “prémio político” dado por Passos Coelho que "esconde uma agenda política".

“O que temos à nossa frente é o velho projeto da Direita: um Presidente, uma maioria, um Governo e agora também o governador do Banco de Portugal”, disse a deputada, acrescentando que o que vemos agora com esta recondução no cargo é o “projeto da Direita para controlar politicamente o governador da instituição que regula os mercados financeiros”, afirmou.

Para a bloquista, o regulador “participou na estratégia do Governo e permitiu ser usado pelo Governo como ‘testa de ferro’ para todas as decisões que foram sendo tomadas no caso BES, para que o Governo pudesse lavar as mãos desse processo, e por isso não está hoje a ser responsabilizado pelos erros que cometeu”, disse.

Mariana Mortágua acrescentou ainda que “só podemos compreender esta recondução como um prémio político que o primeiro-ministro dá”, face às opiniões do CDS e PSD, nomeadamente no âmbito da comissão de inquérito parlamentar ao caso BES, onde Carlos Costa esteve debaixo de críticas.

A deputada recordou também algumas da falhas que já haviam sido apontadas anteriormente a Carlos Costa. “É importante lembrar que o Banco de Portugal sabia dos prejuízos desde novembro de 2013, não avisou a CMVM, não avisou os clientes dos bancos, deixou que se continuasse a vender dívida deste banco”, disse, acrescentando que permitiu que Ricardo Salgado continuasse à frente do BES, além de ter falhado “na tentativa de aplicar um plano de blindagem ao BES”.

Mariana Mortágua disse ainda aos jornalistas que a “resolução do BES tem custos que ainda não estão estimados” e que o regulador, sob a alçada de Carlos Costa, “foi incapaz e incompetente a lidar com os lesados do BES, que ainda hoje não têm resposta ao seu problema”.

A conclusão da bloquista é que este é um “prémio político de um Governo que quer ter o controlo sobre o governador do Banco de Portugal” e que neste momento estamos a assistir, no seio da maioria, a “um recuo estratégico” no sentido de o discurso acompanhar esta decisão de reconduzir Carlos Costa no cargo, decisão essa “que se percebe que é tomada unilateralmente pelo Primeiro-ministro”, afirmou.

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