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Acabar com a austeridade? "Sim, mas com rigor"

O cenário macroeconómico do Partido Socialista foi apresentado esta terça-feira. António Costa promete que as medidas apresentadas são mais favoráveis aos portugueses do que as do Governo.

Acabar com a austeridade? "Sim, mas com rigor"
Notícias ao Minuto

14:02 - 21/04/15 por Notícias Ao Minuto

Política António Costa

Após ter sido apresentado o cenário macroeconómico do PS, o secretário-geral António Costa agradeceu aos economistas socialistas que elaboram o relatório e aproveitou para deixar uma mensagem: “É possível virar a página das políticas de austeridade”.

No seu discurso começou por afirmar que este relatório está assente em cinco palavras: "confiança, alternativa, inovação, dignidade e rigor". “Esta iniciativa inédita do PS, de ter convidado um conjunto vasto de economistas para procurar fazer o cenário macroeconómico para os próximos quatro anos (...) visa credibilizar as propostas do PS e assim reforçar a confiança dos cidadãos na escolha da alternativa que apresentamos”, esclareceu.

Em jeito de crítica ao Executivo de Passos, o líder do PS afirmou que o país está cansado de ser governado por um modelo macroeconómico. "É necessário romper com esta visão e reafirmar o primado da política. Mas isto não significa desprezar um valor fundamental: o do rigor, da sustentabilidade e da seriedade dos compromissos que assumimos".

Referindo que o relatório, hoje apresentado, será um complemento ao programa que o PS vai apresentar a 6 de junho, Costa avançou para a segunda palavra "alternativa" para falar sobre a possibilidade de "virar a página das políticas de austeridade. "É possível ter melhores resultados económicos. Podemos crescer com uma média de 2,6% ao ano, alcançando um défice de 0,9 e tendo uma dívida melhor do que aquela que está previsto", assegurou.

"É possível fazer diferente e não há razão para prosseguir com políticas erradas. Por isso, é que não está previsto nenhum corte nas reformas, assim como que seja necessário esperar pelo final da próxima legislatura para eliminar a sobretaxa do IRS, ou para a reposição integral do vencimento dos funcionários públicos. É possível acelerar o regresso à normalidade", garantiu.

Quanto à terceira palavra "inovação", o secretário-geral do PS falou sobre "a reposição do centro das políticas públicas, da Educação, da formação profissional ao longo da vida, no investimento na cultura e ciência". "A inovação e modernização tecnológicas das empresas são imprescindiveis para alcançar um crescimento sustentável. Há a necessidade de melhorar as condições de investimento das empresas, para reforçar a capitalização e limitar o seu nível de dependência do crédito bancário e melhorar as condições de investimento", defendeu.

Nestas declarações, António Costa declarou ainda que é necessário apoiar o empreendedorismo, "a par da Educação, e da qualificação da Administração pública. Quanto há Administração Pública deveríamos apoiar a sua descentralização e o seu rejuvenescimento. Não só acelerando a reposição dos salários, como desbloqueando o descongelamento das carreiras, repondo uma taxa de contratação e investindo nos jovens qualificados".

Dando explicações sobre a palavra "dignidade", o socialista explicou que o "maior problema no mercado de trabalho, que condiciona o crescimento económico saudável é o brutal grau de precarização das relações de trabalho". "O combate à precariedade como condição para a dignidade no trabalho. A diferenciação dos custos sociais entre os contratos que conduzem a uma enorme rotatividade para os contratos definitivos mais estáveis que devem ser incentivados. A dignidade de quem está a sofrer pelos cortes sucessivos em prestações sociais fundamentais, como o abono de família", indicou.

Como solução, abordou a introdução do complemento anual salarial, que "prometa responder a uma chaga da nossa sociedade que é o facto de grande parte dos nossos trabalhadores ter um nível de rendimento inferior ao limiar da pobreza. A dignidade é também criar emprego de qualidade, que incentive relações laborais, investimento na formação e que deixe de ser um gravíssimo incentivo ao aumento da emigração e falta de perspetiva do futuro".

Por último, o "rigor". "A sustentabilidade das nossas finanças públicas é algo absolutamente necessário alcançar. Ao contrário do que tem sido dito não há uma alternativa entre acabar com a austeridade e não haver rigor. O fim da austeridade é essencial para haver crescimento. Mas o rigor é uma condição essencial para que o crescimento seja saudável. A criação de emprego é a mais importante condição para a sustentabilidade da Segurança Social", conclui.

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