"A única competição que Passos quer ganhar é dos baixos salários"
As críticas de Mariana Mortágua ao Executivo são duras. "São as contas deste Governo, noves fora nada, nem Segurança Social, nem sustentabilidade, o objetivo é mesmo descer o salário", afirma.
© Global Imagens
Política Mariana Mortágua
Num artigo de opinião publicado no Jornal de Notícias, a deputada bloquista Mariana Mortágua criticou o Programa de Estabilidade e Crescimento, apresentado a semana passada pelo PSD, que indica um corte nas pensões em 600 milhões de euros para 2016.
Aquela que é considerada pela Bloomberg uma estrela política em ascensão teceu duras críticas aos níveis salariais a que os portugueses estão sujeitos. “Admirável mundo novo este onde o salário médio está uns euros acima do mínimo. 581 euros e Passos Coelho diz que ‘o custo do trabalho para as empresas ainda é muito elevado’, lamentando que essa tenha sido a única ‘reforma que não conseguimos completar’”, afirma.
"E como é que se mede a competitividade de Passos Coelho?”, questiona Mariana Mortágua, respondendo que “o custo do trabalho é a divisão entre salário e produtividade. A produtividade é a relação entre o valor acrescentado que se produz e o número de trabalhadores”.
Ainda sobre a empregabilidade, a deputada explica que o valor acrescentado é equivalente a 2007 contudo, há menos pessoas empregadas. “Aí temos a competitividade de Passos Coelho”, frisa.
“A única competição que o primeiro-ministro quer ganhar é a dos baixos salários. Pelo caminho entra-se a desculpa perfeita para baixar a TSU, o IRC às grandes empresas, e a sobretaxa das elétricas”, adianta ainda a bloquista.
Relativamente ao corte nas pensões anunciado pela ministra das Finanças, Maria Luís Alburquerque, Mariana Mortágua dá conta de que este corte é o maior de sempre, “quase o dobro do que foi rejeitado pelo Tribunal Constitucional”. “Dizem que é um mal necessário em nome da ‘sustentabilidade’”, indica.
“São as contas deste Governo, noves fora nada, nem Segurança Social, nem sustentabilidade, o objetivo é mesmo descer o salário. Pelo caminho que se lixem as contas públicas. É que salários mais baixos equivalem a contribuições e impostos mais pesados nos orçamentos familiares mas mais reduzidas em valor absoluto para as contas do Estado e da Segurança Social”, remata.
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