As posições dividem-se quando se trata de concordar com regalias exclusivas da classe política, sendo que a balança acaba por pender mais para o lado dos que as condenam. Veja-se o caso da autarca de Palmela, Ana Teresa Vicente, que se reformou com 47 anos, tirando proveito da contagem duplicada do tempo de serviço.
No entanto, opiniões há que defendem estes privilégios como forma de atrair a ‘nata’ para o desempenho de cargos públicos e de excluir os menos aptos.
“Com a redução dos incentivos a nossa democracia tem vindo a perder qualidade”, abrindo-se “caminho aos piores e aos corruptos”, considera o politólogo Adelino Maltez, em declarações ao Diário de Notícias. O especialista acrescenta ainda que é “um erro estrutural” continuar-se na rota do desprestígio” de quem exerce cargos públicos.
E estas considerações recolhem eco junto do também politólogo António Costa. “Basta olharmos para o Parlamento e temos a resposta”, defendendo que “os incentivos à classe política deixaram de ser atractivos” para os mais capazes.