Maria Luís critica declarações de presidente do PS sobre lesados

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, criticou hoje as declarações recentes do presidente do PS, Carlos César, sobre a questão dos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES).

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Lusa
25/03/2015 19:43 ‧ 25/03/2015 por Lusa

Política

Novo Banco

"Ouvi o que disse o presidente do PS e é absolutamente preocupante assumir uma decisão desta natureza sem ter noção das consequências que pode ter para todos nós", lançou a governante na sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES.

"Digo isto sem deixar de reconhecer que há lesados e que há injustiças, porque admito que haja pessoas que foram enganadas e lamento pelas perdas que possam vir a sofrer", sublinhou.

"Mas a responsabilidade de um ministro das Finanças é o interesse geral e não se pode submeter a interesses particulares", acrescentou a ministra.

E realçou: "Esperando que seja possível chegar a alguma solução que pelo menos minimize esses prejuízos, não vou influenciar uma decisão porque tenho consciência dos riscos presentes nestas matérias".

A responsável vincou que "o risco de litigância da resolução é muitíssimo elevado", tal como seria no caso de uma nacionalização ou recapitalização pública, "por isso é que as coisas têm que ser tratadas no âmbito estrito das leis".

Logo após estas declarações, o deputado do PS Pedro Nuno Santos fez uma interpelação à mesa.

"O presidente do PS não defende nada mais que o próprio presidente da CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários] aqui disse. É preciso cumprir o que constava na informação que o Novo Banco deu aos detentores do papel comercial", afirmou o deputado socialista.

Na terça-feira, o presidente do PS afirmou à agência Lusa que defende que o Estado não deve desresponsabilizar-se de proteger quem foi induzido em erro na aquisição de papel comercial do BES, cabendo esse encargo ao Novo Banco.

Esta posição foi transmitida após Carlos César ter sido acusado pela maioria PSD/CDS de ter feito declarações "irresponsáveis" e "eleitoralistas" na RTP Informação, na segunda-feira, sobre a solução para os lesados pela aquisição de papel comercial do BES.

Perante as críticas dos deputados Cecília Meireles (CDS) e Carlos Abreu Amorim (PSD), o ex-presidente do Governo Regional dos Açores admitiu que poderá não ter explicitado bem o seu ponto de vista em matéria de lesados pela aquisição de papel comercial do BES.

"A questão é esta: O Estado não deve desresponsabilizar-se; o Estado tem a responsabilidade de proteger quem foi induzido em erro e não foi alertado", sustentou.

Para o presidente do PS, "o Estado não pode, por isso, libertar o Novo Banco desse encargo e deve obrigá-lo a cumprir na íntegra".

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